Indicadores sociais travam desenvolvimento de Alagoas
No indicador Índice de Desenvolvimento Humano, Estado “tetracampeão”, mas como pior colocado
Por Hebert Borges* | Edição do dia 02/11/2019 - Matéria atualizada em 02/11/2019 às 06h00
O Ranking de Competitividade dos Estados, divulgado no último dia 18 de outubro, evidenciou que indicadores sociais “puseram rédeas” no desenvolvimento de Alagoas, que ficou com nota abaixo da média do País. Avanços econômicos ficaram manchados diante, por exemplo, da permanência no posto de Estado com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Alagoas ocupa a 14ª colocação no ranking com nota 48.2. A média nacional é de 49.3. Elaborado pelo Unit, o estudo foi divulgado na sede da B3 (Bolsa de Valores), em São Paulo (SP).
O levantamento possui 10 pilares e 69 indicadores que buscam mensurar o desempenho dos Estados em diferentes áreas e está na 8ª edição. Como a edição de um ano faz referência ao ano anterior. Com a publicação desta última, pode-se fazer uma análise dos últimos quatro anos no Estado. O levantamento permite uma análise ampla das unidades federativas serve de auxílio para que gestores possam nortear os esforços e fazer investimentos para melhorar as condições dos estados.
Os 69 indicadores avaliados foram distribuídos em 10 pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública: Infraestrutura, Sustentabilidade Social, Segurança Pública, Educação, Solidez Fiscal, Eficiência da Máquina Pública, Capital Humano, Sustentabilidade Ambiental, Potencial de Mercado e Inovação.
IDH
No indicador IDH, Alagoas já é “tetracampeão”, mas como pior colocado. Desde 2016, último ano disponível para consulta, o Estado recebe nota 0. A melhor nota para este indicador no Brasil está no Distrito Federal, com nota 100. A média no Brasil para este indicador é 39.6. O ranking da negatividade em Alagoas segue no indicador: inserção econômica dos jovens. Após amargar por três anos seguidos nota 0 e o último lugar.
Alagoas agora tem nota 0.1 e está em penúltimo. Nesse indicador Alagoas está acima do estado do Maranhão, que recebeu nota 0. Esse indicador analisa a proporção dos jovens entre 15 e 22 anos de idade que estudam ou trabalham em relação ao total de jovens do Estado. A média Brasil para esse indicador é 41.3. Os estados mais bem colocados nesse indicador são Santa Catarina, com nota 100; Goiás com 81.3 e Paraná. Não só os jovens sofrem com a não inserção econômica. Outro indicador medo a inserção econômica de modo geral. E lá está novamente Alagoas nos últimos lugares.
Desta vez, em 25° com nota 28.0, o Estado só ganha do Amapá e da Bahia. Esse indicador mede a proporção de ocupados em relação à População Economicamente Ativa. A média Brasil nesse item é de 59.0, mais que o dobro da registrada em Alagoas. O Estado mais bem pontuados nesse sentido foram Santa Catarina, com nota 100, seguido por Mato Grosso com 95.9 e Mato Grosso do Sul, com 95.3. Ainda dentro do pilar Sustentabilidade Social, Alagoas amarga o 23° lugar no indicador que afere o percentual de famílias abaixo da linha da pobreza. A nota de Alagoas nesse quesito é 26.8, mas, já foi melhor.
Em 2017, a nota era 38.3. A média Brasil nesse quesito é de 61.6. Santa Catarina, Distrito Federal e Paraná têm as melhores notas no indicador, com 100, 94.2 e 93.2, respectivamente. E como se uma mazela levasse a outra, ou agravasse, outro indicador vergonhoso para o Estado é o índice de mortalidade precoce, que avalia a mortalidade de jovens de 15 a 29 anos por causas externas. Nesse indicador Alagoas ocupa a 22ª posição, com nota 21.2, longe dos 47.5 da média Brasil. Nesse indicador os seis piores colocados são estados nordestinos.
* Sob supervisão da editoria de Economia