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Economia Jair Bolsonaro disse não considerar a ameaça de Donald Trump como uma “retaliação”

TRUMP DIZ QUE VAI TAXAR AÇO E ALUMÍNIO DO BRASIL E ARGENTINA

Presidente também pede que Federal Reserve proíba que países tomem vantagem de dólar mais forte

Por Folhapress | Edição do dia 03/12/2019 - Matéria atualizada em 03/12/2019 às 06h00

Brasília, DF – Os Estados Unidos irão impor tarifas sobre as importações de aço e alumínio procedentes de Brasil e Argentina, anunciou nesta segunda-feira (2) o presidente Donald Trump em seu perfil no Twitter. “Brasil e Argentina desvalorizaram fortemente suas moedas, o que não é bom para nossos agricultores”, tuitou Trump. “Portanto, com vigência imediata, restabelecerei as tarifas de todo aço e alumínio enviados aos Estados Unidos por esses países”​. Trump também pediu que o Federal Reserve (banco central dos EUA) impeça que países tomem vantagem de um dólar mais forte, desvalorizando suas moedas. O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda que, se for preciso, telefonará para Trump para encontrar uma solução para a ameaça de retomada das tarifas de importação sobre o aço e o alumínio do Brasil e da Argentina. Na entrada do Palácio do Alvorada, onde parou para conversar com o grupo de eleitores, o presidente disse que trataria o assunto na tarde desta segunda com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e ressaltou que tem um “canal aberto” com Trump. “Eu vou conversar com o Paulo Guedes. Se for o caso, ligo para o Trump. Eu tenho um canal aberto com ele”, disse. “Eu converso com o Paulo Guedes e depois dou a resposta. Para não ter que recuar”, afirmou Bolsonaro. Mais tarde, em entrevista à Rádio Itatiaia, Bolsonaro disse não considerar a ameaça de Trump como uma “retaliação”, mas reconheceu que ela fortalece o discurso dos partidos de oposição contra o seu governo. “Primeiro, é munição par a o pessoal opositor meu no Brasil”, disse. “A economia deles não se compara com a nossa, dezenas de vezes maior que a nossa. E não vejo isso como uma retaliação”, acrescentou. Bolsonaro acrescentou que conversará com Trump para que ele não penalize o Brasil também na questão do alumínio e disse ter “quase certeza” de que o presidente norte-americano atenderá ao pedido brasileiro. “A alegação dele é a questão das commodities. A nossa economia basicamente vem dos commodities. É o que nós temos e espero que tenha o entendimento dele que não nos penalize no tocante a isso”, disse. “E tenho certeza, tenho quase certeza que ele vai nos atender”, ressaltou. O presidente observou que a elevação do dólar tem relação com conflitos externos, como a guerra comercial entre Estados Unidos e China e a instabilidade política em países da América do Sul. “O mundo todo está conectado e dependemos em grande parte do mundo estar indo bem para nós irmos bem”, disse. ​ Em resposta ao tuíte de Trump, um porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Argentina disse que iniciará as negociações com o Departamento de Estado dos Estados Unidos. Em novembro, a cotação do dólar teve alta de quase 6%, atingindo pelo terceiro recorde seguido o valor de R$ 4,2580 na quarta-feira (27). Nesta segunda, a moeda abriu em alta e chegou a R$ 4,257. Os principais motivos que justificam a alta do câmbio estão a saída de dólares do país, a frustração com o leilão do pré-sal e a fala do ministro Paulo Guedes (Economia) em evento em Washington, onde afirmou que o país deveria se acostumar com o elevado patamar do câmbio e que, nesse cenário, as indústrias devem vender mais para fora. Em março de 2018, Trump estabeleceu tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio importados ao país, um dos maiores compradores mundiais desses insumos. À época, o governo brasileiro disse que as tarifas estabelecidas eram injustificadas, mas que permanecia aberto para encontrar uma solução.

Já em agosto do mesmo ano, o governo norte-americano voltou atrás e anunciou um alívio nas cotas de importação acima dos percentuais livres de sobretaxas.

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