Economia
T�tulo da d�vida brasileira bate novo recorde

São Paulo - O C-Bond, o título mais negociado da dívida externa brasileira, subiu ontem pela quarta vez seguida, atingindo o nível recorde histórico de 91,875% do valor de face. Os boatos cada vez mais fortes de que haverá nos próximos dias uma emissão de bônus do governo federal no exterior intensificaram a demanda por esses papéis, que registraram valorização de 0,41%, depois de avançar 1,37% no melhor momento do dia. Há rumores de que a captação soberana pode atingir US$ 2 bilhões, por dez anos. Parte do mercado aposta que US$ 1 bilhão virá pela emissão de novos títulos, e outro US$ 1 bilhão pela troca de C-Bonds pelos bônus a serem emitidos. Mas há quem entenda que seria mais indicado o BC optar apenas pela emissão de papéis novos no mercado, porque seria um bom momento para aumentar o nível de reservas do País, como acredita o diretor do Multi Commercial Bank, Ricardo Simone. Segundo ele, os papéis brasileiros se beneficiam da demanda do mercado internacional por opções de investimento mais rentáveis, uma vez que os juros nos países desenvolvidos estão muito baixos. Na zona do euro, a taxa caiu para o nível mais baixo desde o fim da 2.ª Guerra Mundial, com o corte de 2,5% para 2% ao ano, ocorrido na quinta-feira. O C-Bond oferece uma rentabilidade de 9,97% ao ano para o investidor. Simone ressaltou que a política fiscal austera do governo Lula, a política monetária conservadora e a expectativa de aprovação das reformas deixam os investidores confortáveis para comprar papéis brasileiros. A demanda por papéis privados também continua intensa. Risco-Brasil cai 2,68% Já o Risco Brasil, calculado pelo índice EMBI+, do banco JP Morgan, despencou 2,68%, para 726 pontos. A queda do risco faz com que aumente, a cada dia, a expectativa de emissão do Brasil. Os mercados emergentes têm recebido forte fluxo de recursos neste ano, à medida que as baixas taxas de juros dos Estados Unidos levam investidores a buscar retornos maiores em outros investimentos. ?O mercado acionário está vivendo um rali e existe a percepção de mais liquidez indo para os mercados com o Fed possivelmente cortando a taxa de juros este mês?, disse Siobhan Manning, estrategista de dívida de emergentes do banco de investimentos Caboto.