Economia
Investimento externo cada vez mais escasso

Brasília - Apesar da melhora nos indicadores econômicos nos últimos meses, o investimento estrangeiro direto no País está ficando cada vez mais escasso. Em 25 dias deste mês, o Banco Central (BC) registrou saída líquida de US$ 54 milhões desses investimentos. O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, acredita que nesta última semana será possível reverter esse número e encerrar junho com investimentos diretos da ordem de US$ 100 milhões. Ainda assim, se for confirmado, esse será o menor saldo desde março de 1995, quando o Brasil contabilizou perda líquida de US$ 22 milhões em investimentos. De janeiro a março, os investimentos diretos no País somam apenas US$ 3,3 bilhões, menos da metade dos US$ 8,1 bilhões verificados no mesmo período de 2002. Retração mundial A redução no fluxo de investimentos diretos - que devem chegar a US$ 10 bilhões no final do ano pelos cálculos do BC - reflete, segundo Lopes, uma retração mundial e ocorre num momento em que o País vem apresentando desempenho bastante favorável nas suas transações de bens e serviços com o resto do mundo. Ao contabilizar exportações, importações, receitas e despesas com serviços e rendas e as transferências unilaterais, o resultado em conta corrente, em maio, foi um superávit de US$ 882 milhões, o melhor valor para o mês desde 1990. Em junho, o BC acredita que conseguirá repetir o saldo positivo de cerca de US$ 800 milhões, o que fará com que o País registre superávit também no período acumulado de 12 meses terminado este mês de cerca de US$ 1,5 bilhão. Em maio, o resultado em transações correntes acumulado em 12 meses era deficitário em US$ 572 milhões, equivalente a 0,13% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse foi o melhor resultado desde outubro de 1994. Estimativa A estimativa do governo é fechar 2003 com um déficit nas contas externas de cerca de US$ 4,2 bilhões. ?Revisamos para cima o saldo comercial mas, em compensação, a projeção da conta de serviços e renda também aumentou?, explicou Lopes. Segundo ele, o saldo comercial previsto para o ano subiu de US$ 16 bilhões para US$ 17,5 bilhões.