Economia
IGP-M registra maior defla��o da hist�ria

Rio - O repasse da queda do dólar, a redução nos preços dos combustíveis e a entrada da nova safra agrícola levaram a FGV (Fundação Getúlio Vargas) a apurar a maior deflação de toda a história do IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado), índice utilizado para corrigir os reajustes de tarifas públicas e de contratos de aluguel. O IGP-M de junho apresentou queda de 1%, o maior recuo de preços registrado desde junho de 1989, época de hiperinflação no final do governo Sarney, quando o índice foi criado. Em maio, a inflação teve queda de 0,26% no IGP-M. Desde o início de 2003, o IGP-M acumula alta de 5,9% e, nos últimos 12 meses, de 28,23%. Influenciado pela recente queda do dólar e a entrada da safra, o IPA (Índice de Preços no Atacado) caiu 1,67% em junho. Em maio, a deflação havia ficado em 1,11%. A deflação do IPA também foi a maior da história do IGP-M. Como um todo, os produtos agrícolas no atacado tiveram queda de 1,92% em junho, enquanto os combustíveis recuaram 3,97%. Apenas o óleo diesel, que tem forte influência nos preços do atacado teve queda de 2,83%. O álcool recuou 5,99%. Entre os agrícolas, o milho foi o que mais pesou na deflação. O milho recou 10,37%. Consumidor Os preços do varejo, medidos pelo IPC (Índice Preços ao Consumidor) apresentaram uma forte desaceleração e passaram de uma alta de 0,83%, em maio, para variação de 0,10% agora em junho. Essa alta é a menor desde outubro de 2000, quando os preços ao consumidor tiveram variação zero. Além da menor presença de reajuste de tarifas em junho, os preços para o consumidor pesaram menos por conta da queda dos combustíveis, especialmente a gasolina (-3,75%) e o álcool (-7,13%). Também colaborou para segurar os preços os alimentos. Pela primeira vez no ano os alimentos apresentaram deflação, que ficou em 0,35%. O produto que mais chama atenção foi o tomate, que recuou 18,39% por conta da safra. Dos 20 gêneros de produtos alimentares pesquisados, 18 tiveram desaceleração de preço. O INCC (Índice Nacional do Custo da Construção) subiu 0,74% em junho, depois de registrar variação de 2,98% no mês anterior. O IGP-M de junho é calculado pela Fundação Getúlio Vargas com base em preços coletados entre os dias 21 de maio e 20 de junho. O índice é formado pelo IPA, IPC e INCC cujos pesos são de 60%, 30% e 10%, respectivamente.