Economia
De olho no mercado, operadoras de telefonia se modernizam

EDIVALDO JUNIOR Até o final dos anos 80, telefone em Alagoas era só de gancho e empresa de telefonia, só a Telasa. A revolução no setor começou com o telefone móvel. No começo da década passada, usar ?tijolões?, como ficaram conhecidos os velhos aparelhos analógicos, era sinal de privilégio. A partir de 1998, com a privatização, o setor passou por profundas transformações. Hoje a realidade é outra. Tem gente vendendo e comprando celular em todos os lugares. Da loja especializada à banca de camelô; do grande hipermercado à oficina da esquina. Nesse período, o número de operadoras aumentou de apenas uma para pelo menos sete atuando no Estado: TIM, BCP e OI (móvel), Telemar e Vésper (fixo), Embratel e Intelig (DDD e DDI). O número de pessoas com telefones que não chegava a 60 mil, hoje é estimado em mais de 500 mil , divididos entre os serviços fixo e móvel. As mudanças no setor são constantes. Essa semana, o brasileiro acompanhou a novela do reajuste da telefonia fixa. O imbróglio culminou na sexta-feira] com uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ( que reduziu o aumento máximo de 41,7% para 23,95%. Com os holofotes voltados todos para a polêmica em torno do reajuste, poucas pessoas se deram conta das mudanças ocorridas na telefonia móvel a partir do último domingo (6). Quem se deu conta, está desfrutando de novos serviços e economizando até 65% nas ligações DDD e DDI. Escolha A maior operadora do Estado nesse segmento, a TIM, que migrou para o SMP (Serviço Móvel Pessoal) passou a operar em fase de transição no novo sistema, que permite, entre outras novidades, a escolha da operadora para ligações DDD e DDI e chamadas a cobrar para telefones pré-pago. Nos próximos 90 dias, os usuários da TIM e da OI vão poder optar por usar ou não o serviço de uma operadora de DDD e DDDI. Na fase de transição, esse tipo de ligação poderá ser feita como antes (0+DDD+número de telefone) ou usado o código da operadora escolhida (0+código da operadora+DDD+número do telefone). A BCP que ainda não aderiu ao novo sistema se limitou a mandar, pelo celular, uma mensagem para os clientes de que nada mudaria. Já a TIM se esforça para explicar que aderiu ao novo sistema para manter a ?sintonia? com o mercado e atender melhor aos seus usuários. ?A mudança do antigo sistema (SMC) para o SMP é muito mais de legislação do que técnica. Todas as operações que esse serviço exige, através de normatização da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) eram possíveis antes, a diferença, agora, é que elas passam de possíveis a obrigatórias?, afirma o superintendente da TIM em Alagoas, Manoel Barbosa. Entre as novidades, Barbosa cita que é possível, a partir de agora, o cliente manter um número de telefone por até seis meses, mesmo pedindo a suspensão do serviço. ?Ficou melhor para o consumidor?, pondera. Antes da área 10 ( que vai de Alagoas ao Piaui) tinha 29 códigos de área diferentes. Com o SM, esse número foi reduzido para nove. ?Em Alagoas, por exemplo, eram quatro áreas e agora só uma. Isso quer dizer que o cliente não vai mais precisar pagar taxa de deslocamento ou tarifa maior para telefonar de uma cidade para outra no Estado?, completa Barbosa. GSM Outra inovação apontada pela TIM é a operação, no Estado, do seviço GSM, até agora exclusividade da OI. Essa tecnologia, dominante na Europa, é apontada como melhor e com muito mais recursos do que o sistema usado pelas outras duas operadoras (TIM e BCP). ?Já estamos construindo a central de controle e ainda esse ano vamos oferecer esse serviço?, assegura Barbosa. Se a promessa for cumprida, a concorrência entre as operadoras de celular em Alagoas deve se acirrar ainda mais. A BCP, vendida recentemente a ATL, uma das gigantes do setor de telefonia móvel no México, deve anunciar mudanças nos próximos meses. As três operadoras estão ?afiando? as armas para a ?guerra? de mercado. Bom para o consumidor.