Economia
N�cleo industrial vira exemplo de desenvolvimento

EDIVALDO JUNIOR Alagoas ganhou fama, Brasil afora, por suas mazelas e belezas naturais. ?Campeão de analfabetismo? e ?Paraíso das Águas? são apenas alguns dos títulos que ostentamos. Mas, para quem sobrevive na ?Terra dos Marechais?, a realidade é outra. Ao longo dos anos, o Estado tem se transformado na terra das promessas não cumpridas; no ?celeiro? do Nordeste que nunca deslanchou. Foi assim com o turismo, que continua travado, com o pólo químico que não sai do lugar e com as grandes indústrias que nunca chegaram. Hoje, o cansaço dos ?grandes? projetos que nunca acontecem não atinge apenas o homem comum. Até os mais importantes dirigentes do Estado parecem despertar para a realidade e buscam, agora, alternativas viáveis. Projetos como o do Núcleo Industrial de Murici, na zona da mata alagoana, que eram tocados isoladamente pela prefeitura da cidade, estão ganhando não só a simpatia, mas também o apoio dos governos federal e estadual. Na terça-feira (15), um grupo de técnicos e autoridades federais e estaduais - liderado pelo presidente da Ceal (Companhia Energética de Alagoas), Joaquim Brito e pelo secretário da Indústria, Comércio e Serviço, Geminiano Fonseca - foi conhecer o núcleo. Como resultado da visita, o núcleo vai ganhar um impulso extra para viabilizar a instalação de novas indústrias e também a sua expansão, com 200 mil m2 de área para abrigar novos projetos. Reflexo ?O que presenciamos em Murici, com a implantação de indústrias de médio e pequeno porte é um reflexo daquilo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem desejado para cada cidade brasileira, dentro das metas que deram origem ao programa Primeiro Emprego?, disse o presidente da CEAL, Joaquim Brito. A visão do secretário é similar. ?É um exemplo, de união entre setores público e privado, a ser seguido?, disse. Fonseca e Geminiano prometeram desenvolver ações para melhorar a infra-estrutura do Núcleo, que precisa, no momento, de reforço no abastecimento de energia e da construção de um gasoduto. Hoje, o núcleo tem três empresas em funcionamento e 15 em construção ? entre elas uma fábrica de refrigerantes e sucos e uma unidade de beneficiamento de leite. Só a indústria de refrigerantes que começa a operar ainda esse ano vai gerar mais de 100 empregos. ?São empresas de pequeno e médio porte, mas que geram muitos empregos e que podem viabilizar definitivamente o caminho do desenvolvimento de Alagoas?, diz Fonseca.