Economia
IPCA-15 tem primeira defla��o desde 1998

Rio - O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 caiu 0,18% em julho, engrossando a lista de índices registrando deflação. Nas próximas leituras, contudo, analistas acreditam que o IPCA-15 voltará a mostrar taxas positivas, embora não mais nos níveis vistos em 2002 e no início deste ano. O dado divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é uma leitura prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - referência do sistema de metas de inflação - deste mês. O IPCA-15 de julho foi o menor índice desde setembro de 1998 e segue a alta de 0,22% observada em junho. ?O dado mostra que conseguimos vencer a inflação mais alta e estamos nos consolidando num patamar mais baixo. Isso mostra o sucesso na política monetária?, afirmou Adauto Lima, economista-chefe do WestLB Banco Europeu. O resultado de julho reflete os efeitos da severa política de juros adotada pelo governo para conter a aceleração da inflação em razão da desvalorização cambial do ano passado. Economia de R$ 5 bi O corte de 1,5 ponto nos juros básicos, para 24,5% ao ano, representa uma economia de R$ 5 bilhões com o pagamento de encargos da dívida pública nos próximos 12 meses, estima o economista do JP Morgan Chase, Fabio Akira. Essa será a economia que a União fará nos próximos 12 meses, caso a taxa Selic seja mantida em 24,5% ao ano no período. Pagando menos juros, o tamanho da dívida pública diminui. Atualmente, o governo federal tem uma dívida, contraída pela emissão de títulos, de R$ 669,42 bilhões. Mais da metade desse valor se refere a papéis corrigidos pela Selic - o restante é indexado ao câmbio e a índices de preços, principalmente. Portanto, quanto menor a Selic, menos a União gasta com juros.