Economia
Governo baixar� IPI do carro para manter empregos

São Paulo - Está fechado o acordo entre governo federal, sindicatos e montadoras para a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros, acompanhada de uma queda nos preços ao consumidor. O acordo deve ter vigência até dezembro. O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, foi convencido de que esse é o melhor caminho para tentar aumentar a arrecadação do IPI dos carros, que registrou, no último mês, uma queda de 18%. Esse número minou a irredutibilidade de Palocci em adotar medidas emergenciais desse tipo para reativar o setor e reduzir os estoques nos pátios. Antes da decisão, Palocci conversou com sindicalistas e integrantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O ministro do Planejamento, Guido Mantega, disse que o acordo não visa apenas a baixar os estoques das montadoras. A médio e longo prazos, o objetivo é criar 300 mil empregos na cadeia produtiva do setor. Segundo ele, o governo está disposto a conceder redução do IPI sobre os carros, mas exige, em troca, que as montadoras não aumentem preços nem façam demissões. O ministro não quis dizer se o acordo atingiria apenas carros populares. ?Vai reduzir (o IPI), sim. É claro que isso depende também da contrapartida. Nós vamos dar facilidades para os empresários e eles também têm de se comprometer a, por exemplo, não fazer demissões?, disse Mantega. O ministro informou que o governo também vai estimular outros setores, como o de papel e papelão. Este já apresentou um plano de investimento para os próximos 10 anos, que envolverá US$ 14 bilhões. ?Estamos oferecendo financiamento e facilidades fiscais?, disse, sem entrar em detalhes. Ele listou os setores de siderurgia e de exportação entre outros beneficiados. Além disso, Mantega anunciou que ?daqui a algum tempo? o governo anunciará sua política industrial e tecnológica. Segundo o ministro, ela trará ?incentivos fiscais e facilidades? para as empresas.