Economia
Servidor p�blico � disputado pelas financeiras

FÁTIMA ALMEIDA A quantidade de oferta de linhas de crédito para os servidores públicos em Alagoas, com consignação em folha de pagamento, cresce a cada dia. Quem já andou no centro de Maceió ou parou no sinal de trânsito sem receber um papelzinho que seja, oferecendo dinheiro fácil e sem burocracia? Os corretores estão em todas as esquinas, nos pontos de ônibus ou bem instalados em prédios que abrigam novas e antigas instituições financeiras de pequeno porte. Nas repartições públicas estaduais e municipais eles ocupam espaço em locais de destaque. Também pudera! Por cálculos aproximados, Alagoas tem 48 mil funcionários públicos, entre ativos e inativos; a Prefeitura de Maceió reúne outros 13 mil e cerca de 11 mil servidores públicos federais residem na capital alagoana. Um mercado gigantesco de aproximadamente 72 mil clientes em potencial, com risco praticamente zero de inadimplência para operações financeiras, cujas prestações são descontadas em folha. Painéis bem colocados na entrada dos prédios e panfletos fartamente distribuídos no corpo a corpo pela conquista do cliente, mostram a diversidade de ofertas: BMG, Banco Cruzeiro do Sul, Banco Rural, Panamericano estão entre as opções. ?A adesão é grande?, asseguram os corretores de plantão. A fórmula para o crescimento da oferta reúne credibilidade (o Estado e o município tem mantido o pagamento dos salários em dia), a garantia de retorno (desconto em folha e uma estabilidade considerável no serviço público). Crise A crise é um componente a mais. Os motivos que levam à procura desses empréstimos são diversos: pagar dívidas, resolver emergências extra-orçamentárias, quitar outros empréstimos, cujos juros são mais altos, como cheque especial e cartão de crédito. A maioria das financiadoras oferece ao servidor público crédito rápido, sem burocracia, sem consulta ao SPC e sem avalista. Ele só precisa apresentar fotocópia da identidade e do CPF, último contracheque, comprovante de residência e o número da conta onde o dinheiro deve ser creditado. O índice de comprometimento da renda é de até 30%. No próprio contracheque do servidor já vem a margem consignável. Juros Os juros cobrados ficam em torno dos 3,5% ao mês, variando para mais ou para menos, de acordo com a instituição, compatíveis com as linhas de crédito pré-aprovado oferecidas por grandes instituições, como a Caixa Econômica e Banco do Brasil. O CDC salário do BB (vinculado à conta-salário do servidor), se for negociado no balcão, fica na margem dos 3%, mas se for direto no caixa eletrônico, ainda está em 5,50% ao mês. Na Caixa Econômica, o juro para esse tipo de empréstimo consignado está abaixo dos 3%.