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Cana e turismo, eixos do desenvolvimento de AL

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EDIVALDO JUNIOR Verticalização da produção da cana-de-açúcar, profissionalização do turismo, desenvolvimento da aqüicultura com ênfase na piscicultura e consolidação do Arranjo Produtivo Local (APL) da indústria química e de plástico. Esses são os eixos do desenvolvimento econômico e social de Alagoas, na avaliação de um dos mais respeitados consultores do País, o alagoano Luiz Otávio Gomes. Com 20% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) de Alagoas, a cana-de-açúcar é considerada por Luiz Otávio a base econômica do Estado. Ainda assim, ele não consegue enxergar espaços para a expansão geográfica dos canaviais alagoanos. ?A cana chegou ao seu limite de ocupação territorial. Agora, ela pode e precisa crescer verticalmente, aumentando a produtividade. Isso é possível, principalmente, através da intensificação do uso da irrigação?, avalia. ?O crescimento da produção canavieira vai gerar um aumento da atividade econômica que beneficiará todo o Estado?, completa. O turismo continua sendo, na avaliação do consultor, outro grande eixo do desenvolvimento alagoano. ?Mas, desde que profissionalizado?, ressalta Luiz Otávio. Para ele, a profissionalização do setor só virá com a construção de novos equipamentos, a exemplo da ampliação do aeroporto, da construção do centro de convenções e melhoria da malha viária, entre outros. ?Depois de ampliado, o aeroporto poderá receber, de fato, turistas internacionais, com regularidade; o centro de convenções vai atrair o turista de eventos e de negócios e a duplicação de estradas, como a que liga Barra de São Miguel a Maceió, poderá incrementar o turismo no Interior?, afirma, acrescentando que ?também é fundamental que sejam construídos ao menos três grandes resorts no Estado, sendo um em Maceió, um no Litoral Sul e outro no Litoral Norte. Na minha opinião, esses empreendimentos devem ter pelo menos 350 leitos e centro de convenções com 800 lugares, para servirem de fomentadores do turismo?. A região do baixo São Francisco lembra Luiz Otávio, é apontada por técnicos e pesquisadores como uma das melhores do mundo para o desenvolvimento da aqüicultura, especialmente da piscicultura. ?A criação racional de peixes ainda é incipiente para a realidade em Alagoas. O incremento da piscicultura pode trazer a oportunidade de novos e importantes negócios para o Estado, inclusive com o mercado externo?, avalia. O Arranjo Produtivo Local químico e plástico é a solução, assegura o consultor, para viabilizar o setor no Estado. ?A proposta é atrair para o Estado de 30 a 40 fábricas de terceira e quarta geração, que vão aproveitar a matéria-prima gerada pela Braskem. Essas empresas vão fabricar tubos, conexões e outros produtos derivados do PVC, por exemplo?, defende. As empresas que Alagoas precisa ?fisgar?, acredita Otávio, devem ser de pequeno e médio porte - ?com investimentos entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões?. Para ele, esse é o perfil de negócios, hoje, que mais gera empregos e renda para a comunidade. ?Grandes empresas geram poucos empregos e são difíceis de atrair?, resume. Idealizador do Fórum de Desenvolvimento Econômico e Social, que chega a sua terceira edição nos dias 18 e 19 deste mês, realizado por meio de parceria da Associação Comercial de Maceió e da GAZETA DE ALAGOAS, ele acredita que o evento será a ocasião ideal para a discussão destes e de outros temas que interessam ao crescimento da economia ? ?sem desenvolvimento econômico, não há crescimento social?, resume?. ?Durante dois dias vamos discutir Alagoas a partir da visão dos alagoanos e também pela ótica de lideranças regionais e nacionais, a exemplo dos ministros Tarso Genro e Ciro Gomes. A importância do fórum é que ele dá uma sacudida na consciência das pessoas, mobiliza os intelectuais, estudantes, empresários e as autoridades para repensar o Estado e buscar soluções viáveis para estimular o desenvolvimento?, afirma Luiz Otávio. De acordo com o presidente da Associação Comercial de Maceió, Marco Fireman, ?o Fórum é mais uma iniciativa realizada pela entidade com o objetivo de discutir ações que fortaleçam o desenvolvimento social e econômico de Alagoas. No final do Fórum será entregue ao governo estadual um relatório com as alternativas e sugestões apontadas pelos participantes para fortalecer o de-senvolvimento social e econômico do Estado. Mais informações na Associação Comercial de Maceió, em Jaraguá, pelo telefone 336-1237. Fórum de desenvolvimento econômico vai apresentar soluções para Alagoas A rotina do consultor Luiz Otávio Gomes não é muito diferente de um piloto de avião comercial. Ele começa a segunda-feira viajando para Brasília, onde passa dois dias. De lá vai para São Paulo e Rio de Janeiro para retornar na sexta-feira a Maceió, onde costuma passar o fim de semana com a família. Hoje, ele divide o tempo entre sua atividade particular ? a de consultor de grandes grupos e empresas nacionais ? e a atuação como presidente da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB), um das mais importantes instituições empresariais do País. Em Alagoas, Luiz Otávio é reconhecido, entre outros feitos, pela façanha de ter recuperado um dos maiores símbolos da arquitetura alagoana, marco do histórico bairro de Jaraguá e cartão-postal das Alagoas, o prédio da Associação Comercial de Maceió. Ele, no entanto, foi além do resgate do espaço físico que abriga a da sede da entidade. Em torno do movimento de retomada da associação Luiz Otávio liderou, há cinco anos, um grupo de empresários alagoanos com disposição e ousadia para romper com o marasmo que dominava, na época, o setor empresarial alagoano. O resultado dessa ação foi uma verdadeira efervescência de debates e ações culturais e econômicas, que culminaram com a realização do Fórum de Desenvolvimento Econômico e Social de Alagoas. O evento foi talhado para ser mais do que um simples espaço de diagnóstico dos problemas e apresentou, desde sua primeira edição, propostas concretas e viáveis para o desenvolvimento econômico e social de Alagoas. Ao final do último fórum, realizado há três anos, a Associação Comercial de Maceió entregou ao governador Ronaldo Lessa, ainda na metade do primeiro mandato, várias sugestões. Algumas delas estão, agora, sendo colocadas em prática pelo governo estadual ? é o caso do programa de incremento da piscicultura e da indústria química. O terceiro fórum, que será realizado este mês, vai manter a linha e ao final do evento, o governo receberá como contribuição dos empresários, cientistas, políticos, pesquisadores, técnicos, estudantes e lideranças da comunidade que participarão das discussões sugestões efetivas para um programa de desenvolvimento do Estado.

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