Atraso na vota��o da CPMF pode provocar aumento de impostos
O presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSBD-MG), conversaram durante a manhã desta quinta-feira. Segundo Aécio, o governo poderá aumentar os impostos para compensar o atraso na votação da CPMF. O presidente Fernando
Por | Edição do dia 22/03/2002 - Matéria atualizada em 22/03/2002 às 00h00
O presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSBD-MG), conversaram durante a manhã desta quinta-feira. Segundo Aécio, o governo poderá aumentar os impostos para compensar o atraso na votação da CPMF. O presidente Fernando Henrique Cardoso está imensamente preocupado com as conseqüências da não aprovação da CPMF, disse ele. Segundo Aécio, a possibilidade de aumentar os impostos não foi descartada pelo governo. Se o buraco for muito grande, (o governo) buscará esse caminho, disse. E completou. É preciso entender que a CPMF não é questão de governo, ela é fundamental para a governabilidade do País. A alternativa mais provável para suprir o rombo com CPMF deverá subir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A Receita Federal já estuda como aumentar a alíquota do IOF para minimizar o impacto do atraso na renovação da CPMF. Alíquota do aço Na próxima segunda-feira, representantes dos maiores grupos siderúrgicos do País se reunirão com os ministros Celso Lafer (Relações Exteriores) e Sérgio Amaral (Desenvolvimento). A questão será o pedido, enviado na semana passada, pelas siderúrgicas, para aumentar de 12% para 30% a média das alíquotas de importação de aço no Brasil. Com o fechamento de portas nos EUA, haverá um aço excedente no mundo buscando mercados para colocar seus produtos, a preços bem mais baixos. As medidas de protecionismo dos EUA causarão uma concorrência predatória no mundo. Apenas não queremos que esse produto excedente venha para o Brasil, o que poderia prejudicar o desenvolvimento de nosso parque industrial, analisou a presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A executiva citou exemplos de países que já subiram, ou planejam subir, suas alíquotas de importação do aço para proteger seus mercados dessa produção excedente. O México já anunciou sobretaxa de 35%. A União européia também deverá ter sobretaxa de 40%. Outros países como Chile e Canadá também planejam proteger o mercado nesse intervalo de desorganização do setor , disse a presidente da CSN.