Balanço
FALTA DE INVESTIMENTOS É O PROBLEMA DA ECONOMIA EM ALAGOAS
Para dinamizar setor, é necessário mais do que a renda das transferências e ganhos salariais

Na avaliação de Cícero Péricles, a ausência de investimentos na área da produção real – seja na indústria de transformação, construção civil ou agricultura – é o problema central da economia estadual. “Para acontecer o dinamismo gerador de riquezas, empregos e impostos, é necessário mais do que a renda das transferências e ganhos salariais”, ressalta. Sobre a indústria, ele lembra que a construção civil continua num ritmo lento, se comparada com os anos anteriores, penalizada que foi pelos cortes nas políticas federais de habitação popular e nas obras de infraestrutura. “O número de trabalhadores neste setor caiu de 37 mil em 2011 para 18 mil em 2018, menos da metade”, frisa. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Alagoas (Sindsucon-AL), Alfredo Brêda, ressalta que 2019 foi um ano de organização para o setor, mas que já começou a apresentar uma retomada, e que em 2020 a previsão é otimista, inclusive com a criação de mais vagas de emprego. “A redução da taxa de juros foi muito importante, as pessoas vão começar a tirar dinheiro do banco e investir em produção”, estima.
Sobre a indústria de transformação, o economista Cícero Péricles cita dois problemas: o setor sucroalcooleiro, que, nesta década, reduziu pela metade seu parque industrial e sua produção da cana, e a crescente indústria químico-plástica, cuja cadeia formada por dezenas de empresas foi atingida em cheio pela desativação da produção na Braskem.