loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
sábado, 28/06/2025 | Ano | Nº 5999
Maceió, AL
25° Tempo
Home > Economia

Economia

GOVERNO FEDERAL QUER USAR ICMS CONTRA AUMENTO DA GASOLINA

Mesmo pedindo colaboração dos estados, descartou-se a possibilidade de criar teto para a tributação

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp
Governo federal quer que governos estaduais reduzam taxação do ICSM sobre gasolina
Governo federal quer que governos estaduais reduzam taxação do ICSM sobre gasolina | Foto: FELIPE NYLAND

Brasília, DF – O governo planeja pedir a colaboração dos governadores na cobrança de ICMS para evitar um aumento mais forte do preço dos combustíveis em meio à pressão sobre a cotação do petróleo com a crise entre EUA e Irã. Essa é uma das medidas que técnicos discutem para evitar uma escalada nos valores cobrados pelos postos. A ideia foi apresentada por Jair Bolsonaro após reunião na segunda (6) com a presença do Ministério de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. “Aproximadamente um terço do preço do combustível no final são impostos estaduais. Esse é o problema que temos”, afirmou Bolsonaro. Ele citou o caso do Rio, onde uma alíquota de 30% do ICMS representaria cerca de R$ 1,50 no preço da gasolina. Mesmo pedindo a colaboração dos líderes estaduais, descartou a possibilidade de criar um teto para a tributação. “Tivemos nossa conversa e temos uma estratégia de como proceder o desenrolar dos fatos. A coisa que mais preocupa é uma possível alta do petróleo, de 5% no momento”, afirmou. Apesar disso, ele disse esperar que os preços voltem à normalidade rapidamente, a exemplo do que ocorreu após o ataque a refinarias árabes em 2019. Desde o ataque ao aeroporto de Bagdá, na sexta (3), que matou o general iraniano Qassim Suleimani, o petróleo Brent subiu 5%. Nesta segunda, chegou a romper o patamar de US$ 70 pela primeira vez em mais de três meses, mas fechou a US$ 69. O ministro de Minas e Energia afirmou que a reunião de segunda-feira já havia sido marcada antes do Natal. Também estiveram presentes técnicos do Planalto e do ministério, além do diretor-geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Décio Oddone, e do presidente da Pré-Sal Petróleo, José Eduardo Gerk. Albuquerque confirmou que a ideia da compensação por estados está sendo estudada, embora não tenha dado detalhes, e que o canal para a discussão seria o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), que reúne os secretários de Fazenda dos Estados e técnicos do Ministério da Economia. “Isso já está sendo discutido no âmbito do governo para que, quando tiver essa pauta, possam ser reunidos os governadores e haver uma reunião no mais alto nível, com presidente e os governadores”, afirmou. Quando lhe foi perguntado se pode haver uma compensação aos estados com a possível redução de impostos, por meio de um fundo, o ministro disse que a sugestão é bem-vinda. E negou a possibilidade de novos subsídios. “Tudo isso está sendo considerado. Subsídio não é a palavra, uma compensação talvez seja a palavra adequada.” De acordo com o presidente da Petrobras, o governo não faz pressões sobre a política de preços da empresa. “Até hoje recebi manifestações de total respeito à lei, que desde 2002 diz que existe liberdade de preços de combustíveis. E o governo Bolsonaro vem praticando isso, não recebi em nenhum momento pressão.”

O executivo ainda ressaltou que o impacto no preço global do petróleo não foi tão forte até agora e que as características do mercado contribuem para que os preços sejam naturalmente segurados. “A produção americana desarma a possibilidade do aumento do preço.”

A Petrobras divulgou um comunicado a investidores na sexta-feira para informar que está monitorando o mercado internacional diante dos eventos no Oriente Médio. A empresa afirma que não há uma periodicidade predefinida para a aplicação de reajustes e que decidirá oportunamente sobre as próximas alterações nos preços. Os estados, que vivem aperto fiscal, não conversaram sobre eventual redução do ICMS sobre combustíveis, segundo o diretor institucional do Comsefaz (Comitê dos Secretários de Fazenda dos Estado), André Horta. “Entre 18% e 20% da arrecadação própria dos estados com ICMS é sobre combustíveis. Esse valor é bastante representativo, e na situação fiscal atual dos estados não está sendo possível [abrir mão].” Horta afirmou que a prioridade dos entes regionais no momento é discutir e implementar um novo pacto federativo, buscando a recomposição de receitas perdidas para a União ao longo dos anos. Hoje o ICMS sobre combustíveis é cobrado sobre o valor da mercadoria, no modelo “ad valorem”. Por isso, quando gasolina e diesel sobem, os estados arrecadam mais.

Relacionadas