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Nº 5885
Economia A gigante americana foi a primeira a alertar para os reais impactos da epidemia

IMPACTO DO CORONAVÍRUS NA APPLE FAZ DÓLAR SUBIR 0,66%

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Por Folhapress | Edição do dia 19/02/2020 - Matéria atualizada em 19/02/2020 às 06h00

São Paulo, SP – O anúncio da Apple, de que a empresa não vai cumprir sua estimativa de receita para o primeiro trimestre por conta do coronavírus, derrubou os mercados globais nesta terça-feira (18) e levou a cotação do dólar a um novo recorde nominal, a R$ 4,3600, alta de 0,66%. O turismo está a R$ 4,5660 na venda. A gigante americana foi a primeira a alertar para os reais impactos da epidemia em seu resultado e investidores temem que o mesmo aconteça com empresas que têm fornecedores chineses, bem como grande parte do mercado consumidor no país. Com a aversão a risco, as principais Bolsas globais fecharam em queda. A Bolsa brasileira acompanhou o cenário externo e operou em forte queda durante boa parte do pregão, chegando a cair 1,5%. Ao fim da sessão, contudo, o Ibovespa se recuperou puxado por Petrobras e fechou em leve queda de 0,29%, a 114.977 pontos. O volume financeiro foi de R$ 20,217 bilhões. As ações preferenciais (mais negociadas) da petroleira tiveram forte oscilação e foram de queda de 1,4% para fecharem em alta de 1,3%, a R$ 29,75. As ordinárias subiram 0,75%, a R$ 31,94. A estatal se recuperou de acordo com a cotação do barril de petróleo Brent, que chegou a cair 2,4% pela manhã, mas fechou em leve alta de 0,14%. A Apple comunicou o mercado de que não iria cumprir sua estimativa de receita deste primeiro trimestre por causa do coronavírus na noite de segunda (17). A empresa disse que a paralisação no país por conta da doença afetou sua venda e produção e que, apesar do fato de as instalações de produção na China já terem sido reabertas, elas estão num ritmo mais lento que o esperado, restringindo o fornecimento de componentes para a montagem do iPhone, carro-chefe da companhia. A Apple tinha previsto receita de US$ 63 bilhões a US$ 67 bilhões no trimestre, acima das estimativas do mercado de US$ 62,4 bilhões. Analistas estimam que o coronavírus poderá reduzir a demanda por smartphones na China em 50% no primeiro trimestre. O país é o maior mercado do mundo para os dispositivos. "Este comunicado da Apple, manifestando de forma clara que a empresa será prejudicada, é simbólico, pois ela é um dos motores da economia. O mercado mundial vai ser afetado pelo coronavírus e ainda não se fala com muita clareza sobre isso", diz Thomaz Fortes, gestor de fundos da Warren. O mercado agora aguarda comunicados semelhantes de outras companhias, o que pode sinalizar a dimensão do impacto econômico da epidemia que se originou na China. A doença matou mais de 1.800 pessoas e infectou mais de 72 mil na China desde que surgiu pela primeira vez na cidade de Wuhan, no centro do país, no fim de 2019. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde, o aparecimento de novos casos desacelerou. Com o temor aos impactos econômicos da epidemia, as principais moedas globais se desvalorizaram em relação ao dólar no pregão. Dentre emergentes, o real foi a segunda moeda que mais perdeu valor, atrás apenas da coroa tcheca. O pico anterior do dólar comercial era de R$ 4,35, registrado na última quarta (12), antes das intervenções do Banco Central, que vendeu US$ 2 bilhões em contratos de swap cambial.

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