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Economia Trabalhadores rurais sem terra cobram recursos do Fecoep para material de higiene

CERCA DE 20 MIL SEM TERRA PASSAM A VIVER EM ISOLAMENTO SOCIAL

Municípios suspendem feiras livre e acampados cobram recursos do Fecoep para comprar produtos de higiene e alimentação

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 04/04/2020 - Matéria atualizada em 04/04/2020 às 06h00

Mais de 20 mil famílias de pequenos produtores rurais ligadas a dez movimentos de trabalhadores rurais sem terra, segundo números do Instituto de Terra de Alagoas (Iteral) atenderam as recomendações do Ministério e das Secretarias estadual e municipais de Saúde, aderiram a quarentena social. Os mais velhos ficam isolados em barracos ou em atividades recreativas. Os jovens e adultos aproveitam a quadra chuvosa e passam os dias plantando, individualmente, em seus lotes. Os acampados pedem ajuda do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecoep) para aquisição de produtos de higiene – álcool em gel e sabão – e alimentos da cesta básica. A maioria das prefeituras atendeu às recomendações do decreto estadual e para evitar aglomerações suspendeu as feiras livres. A medida comprometeu a movimentação financeira dos assentamentos e acampamentos de sem terra. Por outro lado, ajudou a manter as famílias rurais afastadas do perigo da contaminação, revelam as lideranças dos movimentos agrários. Nas áreas ocupadas, os coordenadores estaduais e locais suspenderam as reuniões com lideranças, com técnicos das prefeituras, agrários e com grupos religiosos. A orientação das direções nacionais dos Movimentos é manter as famílias no campo, com trabalho de plantio e a criação de animais. As estratégias é de prevenção e atende um possível desabastecimentos nas cidades, sobretudo no interior, se a quarentena social demorar. As recomendações não causaram impacto nos a acampamentos porque neste período, em Alagoas, começa quadra chuvosa, este ano, favorável ao plantio de milho, feijão, sorgo, batata doce e outras culturas tradicionais. Os sem terra com mais de 60 anos de idade foram orientados a permanecerem em casa, longe das lavouras. Os mais jovens e adultos permanecem com as atividades de plantio para aproveitar o momento favorável, afirmou um dos coordenadores nacionais da Frente Nacional de Luta pela reforma agrária, Marcos Antônio da Silva, o Marrom. A orientação é para evitar as cidades e outros contatos externos aos acampamentos e assentamentos. Os acampados não escondem a preocupação com a possível falta de alimentação básica neste momento de plantio. Por isso, as lideranças estudam como requisitarão dos governos federal, estadual e municipais a assistência alimentar neste período de plantio e confinamento. Eles observam que em Alagoas existem recursos do Fecoep para pessoas pobres e momentos como este. Agentes do Programa de Saúde da Família (PSF), neste momento, percorrem os acampamentos, repassam orientações relativas a higiene e vacina contra gripe para os idosos, confirmou Marrom. O movimento contabiliza 10 mil famílias acampadas no Sertão, Agreste e Zona da Mata do estado. “Os idosos estão sendo vacinados. Ninguém está indo para as cidades porque há perigo de contaminação”. Ele aprova a quarentena social. “O movimento é composto com famílias pobres”, alerta Marron. “A orientação é se prevenir contra o coronavirus e acatar as orientações dos agentes de saúde da família”, disse o líder dos camponeses da FNL, ao confirma que “as nossas reuniões na capital e interior estão suspensas. Trabalhar na roça agora é fundamental para aproveitar o período chuvoso e serve também como terapia. É necessário ficar longe da cidade”, recomenda “Marrom” e reforça a necessidade “de lavar sempre as mãos quando chegar da roça. “Os idosos dos acampamentos devem ficar em casa e em atividades recreativas com jogos de dominó, ajudando na manutenção da limpeza e da comida”.

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