FLORICULTURAS AMARGAM PREJUÍZOS COM DECRETO EM AL

Com os avanços da crise gerada pelo novo coronavírus, diversos setores estão sentindo as consequências de quase um mês da proibição do funcionamento do comércio no estado de Alagoas. Lidando com um produto tão delicado e perecível, as floriculturas temem os próximos dias de decreto e dizem que a queda nas vendas foi acentuada. O Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) divulgou um levantamento onde prevê que o setor deve sofrer um prejuízo de mais de R$ 600 milhões neste mês de abril e pode deixar de vender R$ 1,3 bilhão até o Dia das Mães, principal data para o comércio. Em Maceió, para o setor varejista o cenário não é diferente e preocupa empresários do ramo. Alcione Maria, dona de uma floricultura no bairro do Farol, disse que está atendendo a todas as demandas da loja sozinha, contando apenas com a ajuda de um entregador, e classifica o momento como péssimo. “Tive que suspender todos os meus funcionários. O momento para nosso setor é péssimo, mesmo ainda realizando as vendas por delivery, estamos tendo uma dificuldade muito grande de conseguir o material para venda”, disse. Elisângela Lopes, sócia de uma outra floricultura, concorda que o momento não é favorável e que mesmo mantendo o atendimento por delivery, os clientes deixaram de procurar os serviços. “Para muitos deles o atendimento online não é suficiente, por isso as vendas caíram bastante e agora estamos trabalhando só por demanda que recebemos”, explicou. Para o Dia das Mães, uma das épocas mais agitadas para o setor de venda de flores, a expectativa não é da melhores, e a dificuldade de comprar com os fornecedores pode ser um grande empecilho. Alcione disse que há um diálogo entre floriculturas e que esperava que o governo tomasse medidas para conter os impactos da crise. “Os distribuidores não estão entregando, alegando falta de demanda e agora estamos tentando reunir algumas floriculturas para ver se conseguimos atingir essa demanda. Infelizmente o momento é muito difícil e esperávamos receber pelo menos alguma isenção por parte do governo, o que aconteceu foi só um adiamento e que mesmo assim, teremos dificuldades de pagar” disse. Uma outra dificuldade são os cancelamentos dos eventos que geram grande demanda de pedidos de ornamentação para as floriculturas. Sobre isto, Elisângela afirma que causa grande impacto financeiro para a loja. “Nós sentimos muito o impacto com os cancelamentos de eventos que iríamos fazer ornamentação, não chegamos a perder material, mas financeiramente os prejuízos são enormes” contou.

* Sob supervisão da editoria de Economia.