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Economia Em março, consumo de energia elétrica de Alagoas foi o segundo maior do País, diz CCEE

EM MEIO À PANDEMIA, BNDES LIBERA R$ 491,4 MILHÕES À EQUATORIAL AL

Decreto do governo de Alagoas faz consumo de energia elétrica no Estado recuar 14% em março

Por Carlos Nealdo | Edição do dia 30/04/2020 - Matéria atualizada em 30/04/2020 às 06h00

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou na segunda-feira, 27, financiamento de R$ 491,4 milhões para a Equatorial Energia Alagoas, como parte do plano de investimento da concessionária previsto até dezembro de 2013. O empréstimo acontece em um momento crítico para o setor, que vem sofrendo com a queda do consumo industrial e comercial em decorrência dos efeitos econômicos da pandemia do Covid-19. De acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgados na sexta-feira 24, o consumo de energia em Alagoas recuou 14% nos primeiros 20 dias de março, na comparação com igual período do ano passado - saindo de 663 Megawatt médio (MWm) para 573 MWm entre um período e outro. Foi a segunda maior queda de consumo do País, atrás apenas de Santa Catarina, com 18%. Paraná, recuo também de 14%, e Sergipe, com com diminuição de 13%, seguem o ranking. O levantamento considera a demanda total do mercado cativo, em que o consumidor compra energia diretamente das distribuidoras, e do livre, que permite a escolha do fornecedor e a negociação de condições contratuais. Não considera apenas os dados de Roraima, não interligado ao sistema elétrico nacional. Os dados do BNDES mostra que a Equatorial Alagoas foi prejudicada com o decreto do governo de Alagoas, que proibiu o funcionamento de indústria e comércio no Estado. Juntos, os dois setores são responsáveis por 35,4% e 16,2% do total de energia consumida, respectivamente. Em nota enviada com exclusividade para a Gazeta de Alagoas, o BNDES informou que o financiamento viabilizará o atendimento de 151 mil novos domicílios em Alagoas. Os recursos preveem ainda a expansão de 2.250 km de redes de energia de baixa tensão no Estado. Atualmente, a companhia atende 1,16 milhão de unidades consumidores, que absorvem cerca de 4.709 gigawatts hora (GWh). Nos primeiros vinte dias de março, a queda no consumo de energia em Alagoas em decorrência do decreto estadual manteve a média nacional de 14%. De acordo com a CCEE, o Rio Grande do Sul manteve a liderança do ranking e foi o que apresentou a maior queda percentual no consumo de energia desde que as medidas de combate à Covid-19 começaram a vigorar, com redução de 30%. Entre as cinco maiores variações, também aparece Santa Catarina, com retração de 22%. Mato Grosso do Sul e Paraná empatam com queda de 18% e São Paulo registrou diminuição de 17%.

PIAUÍ

Além de Alagoas, o BMDES aprovou empréstimo na ordem de R$ 643 milhões destinados à Equatorial Piauí, que viabilizarão o atendimento a 211 mil novos domicílios. O total de empréstimo para a companhia nos dois estados atinge um total de R$ 1,13 milhão. A expectativa é que sejam gerados 2 mil empregos durante a implantação do projeto. As empresas são resultado dos leilões de venda da Companhia Energética do Piauí (Cepisa) e da Companhia Energética de Alagoas (CEAL), realizados em 2018, por meio de um processo de desestatização modelado pelo BNDES. "Após ter aportado, por obrigação contratual dos leilões, quase R$ 1,3 bilhão em recursos próprios nas duas empresas, a Equatorial Energia investe agora, com financiamento do BNDES, em aumento de eficiência operacional, melhoria de gestão e da qualidade do serviço prestado", ressalta o banco estatal, em nota. “Embora o plano de investimentos já fosse planejado pelo grupo, o apoio do BNDES se concretiza justamente em um momento crítico para o setor, que vem sofrendo com a queda do consumo industrial e comercial em decorrência dos efeitos econômicos da pandemia do Covid-19”, ressalta a nota institucional. Por ramo de atividade, a indústria automotiva e o segmento têxtil lideram as maiores quedas no consumo de energia em março, segundo a CCEE. O setor de veículos teve queda de 53% no período analisado. Já o têxtil apresentou redução de 40%. Em seguida, destaca-se o segmento de serviços, com redução de 34%. Manufaturados reduziram a demanda em 26%, enquanto o setor de minerais não-metálicos e o comércio tiveram queda de 19% e 13%, respectivamente.

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