Ao decretar o fechamento das escolas da rede estadual para proteger mais de 200 mil crianças e adolescentes do coronavírus, o governo prometeu distribuir merenda. Também implantar programas educacionais online. Hoje, quem depende da merenda escolar está com fome e sem estudar, lamentou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Alagoas (Sintea)l, professora Maria Consuelo Correia. “O governo sabe que parte dos alunos da rede pública tem como única refeição a merenda”, ressaltou. Depois da reclamação da presidente do Sinteal, publicada na Gazeta de Alagoas em reportagem especial do última dia 14 de abril, o socorro começou a chegar para os estudantes, segundo a presidente da Associação dos Municípios de Alagoas (AMA), prefeita de Campo Alegre, Pauline Pereira (PP). “A merenda já está sendo distribuída de acordo com o decreto federal, por valor/aluno, que aqui em Alagoas varia de R$ 8,00 e 16,00”. Com relação ao ano letivo, a presidente da AMA considera que ainda é prematuro falar que o ano está perdido. “As aulas estão sendo ministradas. Cada município encontrou a forma mais adequada para não deixar os alunos sem estudar”.
CESTAS BÁSICAS
A maioria das 102 prefeituras cobra recursos do Fecoep para pequenas e micro, ajuda para escoar a produção e um milhão de cestas básicas prometidas pelo governo. A presidente da AMA, Pauline Pereira, cobra ainda ações emergenciais em todo o estado. A cobrança aconteceu na reunião virtual com o governador Renan Filho, com a participação dos prefeitos Júlio Cezar (Palmeira dos Índios), Areski Freitas (União dos Palmares), Hugo Wanderley (Cacimbinhas), Fernanda Cavalcanti (São Luiz do Quitunde), Rogério Teófilo (Arapiraca) e Marcius Beltrão (Penedo).
Após as cobranças, o governo anunciou a liberação de 200 mil cestas básicas para atender famílias da extrema pobreza durante o combate à Covid-19. A AMA acompanha a entrega, programada para quatro semanas. A distribuição dos alimentos obedece ao calendário estabelecido pelo governo com base no quantitativo de famílias na faixa prevista, por meio de cruzamento de informações entre dados do CadÚnico e da Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag). Para acelerar o processo a AMA disponibilizou transporte.
VULNERABILIDADE SOCIAL
Antes da pandemia, Alagoas tinha um terço de sua população - um milhão de habitantes - em situação social de pobreza. Quase 600 mil pessoas abaixo da linha da pobreza. Com a recessão, a tendência de aumentar o empobrecimento, registrada desde o ano de 2016, como mostra o documento “Síntese de Indicadores Sociais” do IBGE para o Nordeste. As consequências da recessão, o baixo crescimento, desemprego e a queda média da renda, penalizaram a economia, ao tempo em que os cortes nos gastos sociais provocam mais a pobreza, avaliou o doutor e professor de Economia da Universidade Federal de Alagoas, Cícero Péricles.