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Economia O economista Cícero Péricles de Carvalho ressalta que crise na economia alagoana é real

ISOLAMENTO SOCIAL ACENTUA DIFICULDADES

Desemprego aumentou e a renda média caiu, diminuindo o consumo e as atividades produtivas

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 02/05/2020 - Matéria atualizada em 02/05/2020 às 06h00

Ao paralisar as atividades econômicas, o isolamento social acentua as dificuldades. O economista Cícero Péricles observa também que este é um fenômeno nacional, mas que em estados pobres como Alagoas tem uma força ainda maior. Destacou que nos três últimos meses, o desemprego aumentou e a renda média caiu, diminuiu o consumo e as atividades produtivas, afetando toda a população, castigando especialmente os segmentos mais pobres. “A crise na economia alagoana é real. Vários segmentos são penalizados. O maior deles é o setor de comércio e de serviços, responsável por 70% das atividades econômicas. Desde o início que setores considerados essenciais - supermercados, farmácias e postos de gasolina - puderam funcionar, diminuindo as perdas nestes setores”. Cícero Péricles ressalta que as empresas sentem queda da receita, perda de clientes, desemprego, dificuldade com fornecedores e bancos. A impossibilidade dos estabelecimentos de atenderem presencialmente afeta setores inteiros. Péricles observa que a rede de comércio e serviços dos bairros e do interior encontrou na estratégia da “meia porta aberta” a forma de funcionar, combinando o respeito pelo isolamento com possibilidades de atendimento ao público. Na área da indústria e da construção civil, que voltaram a funcionar já na primeira renovação do decreto, os problemas ainda estão na baixa demanda devido à queda de consumo. A agricultura sofre com a queda da demanda e dificuldades na comercialização.

AJUDA SOCIAL

A ajuda social de R$ 600 impediu que a economia das localidades entrassem em colapso imediato por conta da redução do consumo de dois terços das famílias mais pobres. “Todos os municípios alagoanos dependem da renda combinada entre os recursos dos pagamentos da Previdência Social, que chegam a 514 mil pessoas, e os recursos pago às 400 mil famílias inscritas no programa Bolsa Família. Neste momento de crise, a renda paga pelas instituições públicas cresce de importância em todos os lugares, não apenas nos mais pobres e pequenos”, disse Cícero Péricles, ao destacar o Arapiraca, a segunda maior cidade do estado - onde 41 mil pessoas recebem da Previdência Social - agora, 27 mil pessoas passaram a receber o auxílio emergencial. “São 68 mil beneficiários e suas famílias, a maioria absoluta da população local, que, mesmo sendo o município mais rico do interior, depende dessa renda, que determina sua vida social e o ritmo da economia”. O economista reconheceu que as prefeituras perderam receita, com a redução de parte considerável do IPTU e ISS. Viram as transferências federais diminuírem e perdem também porque aprovaram pacotes tributários facilitando pagamento de seus impostos. Neste quadro de dificuldades, as prefeituras e as câmaras municipais têm duas tarefas urgentes e simultâneas: enfrentar a epidemia, trabalhando a frente sanitária com a estrutura do Sistema Único de Saúde, o SUS, presente em todas as localidades. E, atuar na econômica, dado que no isolamento social, a queda do emprego e da renda afetam, diretamente a vida social nos municípios. O ano de 2020 já pode ser considerado como perdido. No plano nacional, Cícero Péricles avalia que a economia deve encolher entre 5% e 10%, é o que dizem todas as previsões. “A economia alagoana, depois de dois anos ruins, 2015-2016, estava apresentando sintomas de recuperação. Este ano, para Alagoas, as previsões serão no mesmo patamar regional, ou seja, devemos alcançar taxa negativa de crescimento”.

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