Pandemia
CRISE DA COVID-19 LEVA 10,3 MIL ALAGOANOS AO SEGURO-DESEMPREGO
Somente em abril, segundo os dados do governo federal, 5.687 trabalhadores recorrem ao benefício em Alagoas, diz levantamento


Com a crise provocada pelo novo coronavírus, 10,36 mil trabalhadores alagoanos foram demitidos em março e abril, segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira (11), pelo Ministério da Economia. Com a demissão, eles passam a ter direito ao seguro-desemprego. Somente em abril, segundo os dados do governo federal, 5.687 trabalhadores recorrem ao benefício em Alagoas. O levantamento do Ministério da Economia mostra que as demissões se intensificaram mesmo após o programa implementado pelo governo que autoriza a redução temporária de contratos para evitar desligamentos. Em todo o País, cerca de 1,5 milhão de trabalhadores formais foram demitidos em março e abril deste ano e passaram a ter direito ao seguro-desemprego. O número representa um salto de 31% em comparação com o mesmo período de 2019. Segundo o ministério, foram 537 mil pedidos de seguro-desemprego em março deste ano e 748 mil em abril. Há ainda um represamento estimado de 250 mil pessoas que perderam seus empregos ao longo dos dois meses e estão aptas ao auxílio, mas ainda não fizeram a solicitação. No acumulado de janeiro a abril de 2020, foram contabilizados 2,33 milhões de pedidos de seguro-desemprego, na modalidade trabalhador formal. O número representa um aumento de 1,3% em comparação com o acumulado no mesmo período de 2019, quando 2,30 milhões de trabalhadores recorreram ao benefício. Do total de requerimentos em 2020, 39,3% - o equivalente a 918,6 mil - foram realizados pela internet. O Ministério da Economia ressalta que como o trabalhador tem até 120 dias para requerer o seguro-desemprego, é possível estimar que até 250 mil pedidos ainda possam ser feitos nos meses seguintes por não terem sido realizados presencialmente nos meses de março e abril. "Os requerimentos podem ser feitos de forma 100% digital e não há espera para concessão de benefício", alertou o ministério, por meio de assessoria. "No entanto, os dados indicam que esses trabalhadores aguardam a abertura das unidades do Sine, que são de administração municipal e estadual e que estão sem atendimento presencial devido às medidas de isolamento social decorrentes da pandemia da covid-19", acrescentou.
JORNADA
Uma outra pesquisa do Ministério da Economia mostra que o número de trabalhadores formais que tiveram salários e jornadas reduzidos após a crise do novo coronavírus ultrapassou 7 milhões nesta segunda-feira (11), O saldo representa 21% do total de empregados com carteira assinada no país. No dia 1º de abril, o presidente Jair Bolsonaro editou uma MP que autoriza a suspensão de contratos ou redução de salários e jornadas de trabalhadores durante a crise provocada pela pandemia. Trabalhadores afetados recebem uma compensação do governo que pode chegar a 100% do que receberiam de seguro-desemprego em caso de demissão. A pasta ainda não divulgou o detalhamento atualizado desse dado, com separação por tipo de acordo, porte da empresa e região do país. Pelas contas da equipe econômica, a medida deve alcançar 24,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada, mais de 70% de todos os empregados formais do país. O governo lançou uma página na internet que atualiza todos os dias o número de trabalhadores atingidos pelos acordos (servicos.mte.gov.br/bem). O sistema foi batizado informalmente de "empregômetro". A equipe econômica argumenta que os acordos firmados representam empregos preservados. Às 18h30 desta segunda, o portal informava que o número trabalhadores atingidos pela medida estava em 7,1 milhões. Segundo o IBGE, o Brasil tinha 33,1 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor privado no trimestre encerrado em março. O custo total do programa aos cofres públicos é estimado em R$ 51,2 bilhões. As informações são da Folhapress.