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Economia O comércio foi um dos setores mais atingidos com a pandemia, segundo dados do Caged

ALAGOAS EXTINGUE QUASE 27 MIL EMPREGOS FORMAIS COM PANDEMIA

Nos quatro primeiros meses do ano, vagas de trabalho recuaram 7,63%, diz levantamento do Caged

Por Nealdo | Edição do dia 28/05/2020 - Matéria atualizada em 28/05/2020 às 06h46

Alagoas fechou 26.979 vagas formais de trabalho de janeiro a abril deste ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quarta-feira (27), pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho - órgão ligado ao Ministério do Trabalho. O volume - medido pela diferença entre as 27.988 admissões e os 54.967 desligamentos - representa uma retração de 7,63% em relação ao mesmo período do ano passado. O desempenho de Alagoas é o terceiro pior do Nordeste, à frente apenas de Pernambuco, que extinguiu 53,5 mil vagas com carteira assinada, e da Bahia, que fechou 37,5 mil postos formais de trabalho. Somente no mês de abril, segundo os dados do governo federal, Alagoas extinguiu 7.095 vagas formais de trabalho - a diferença entre as 2.760 contratações e as 9.855 demissões. Em termos percentuais, abril registrou um recuo de 2,12% em relação ao mesmo mês do ano passado. Vale ressaltar que em abril, as atividades econômicas consideradas não essenciais - como comércio e serviços - estavam proibidas de funcionar devido ao decreto do governo do Estado publicado em 16 de março, como forma de combater a crise do coronavírus. Em todo o País, segundo os dados do Caged, foram extintos 763,2 mil postos formais de trabalho - a diferença entre as 4,99 milhões de admissões e as 5,76 milhões de demissões. Somente em abril, o País fechou 860,5 mil vagas de trabalho, uma retração de 2,21% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, São Paulo foi o estado que mais fechou postos formais de trabalho, com 227,6 mil vagas. Em seguida aparecem Rio de Janeiro (menos 125,1 mil), Minas Gerais (-76,9 mil) e Pernambuco (-53,5 mil). Nesse período, apenas três estados brasileiros acumulam saldo positivo na criação de emprego: Acre (1.404 vagas), Mato Grosso do Sul (743) e Roraima (135). O levantamento do Ministério da Economia ainda trouxe também dados sobre empregos preservados durante a pandemia através do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, que permite a redução proporcional de jornada e salário dos trabalhadores ou suspensão de contratos. Segundo o Caged, Alagoas teria preservado 61.695 vagas de emprego com a o programa. É o segundo menor número do Nordeste, à frente apenas de Sergipe, que preservou 53.074 postos de trabalho. Na região, a Bahia aparece em primeiro lugar, com a preservação de 300,4 mil postos de trabalho. No País, São Paulo encabeça o ranking, com 2,1 milhões de vagas.

INTERMITENTE

A modalidade de trabalho intermitente teve, no período de janeiro a abril, 49.228 admissões e 35.105 demissões em 2020, o que resultou em saldo positivo 14.123. Já o regime de trabalho parcial registrou 71.044 contratações e 63.334 desligamentos, com resultado de positivo de 7.710 postos de trabalho com carteira assinada. Somente no mês de abril, o trabalho intermitente chegou ao saldo negativo de 2.375, com 7.291 admissões e 9.666 demissões. No mesmo período, houve 4.881 contratações e 14.029 desligamentos na modalidade de trabalho parcial, com saldo negativo de 9.148.

APAGÃO

A estatística, que costumava ser mensal, estava suspensa desde o início do ano após mudanças de metodologia e dificuldades do governo em receber dados das empresas por conta da pandemia. Até então, o país vivia um apagão de informações sobre o emprego formal. O último dado do Caged disponibilizado pelo governo era relativo a dezembro do ano passado. As informações são da Folhapress. Informações sobre pedidos de seguro-desemprego já indicavam uma deterioração do mercado de trabalho. Dados reunidos até a primeira quinzena de maio mostram que foram feitas 2,8 milhões de solicitações do benefício no ano, alta de 9,6%. O governo ainda estima uma defasagem na estatística porque outras 250 mil pessoas têm direito à assistência, mas ainda não fizeram o pedido. Membros da equipe econômica afirmam que os dados do desemprego neste ano seriam ainda piores se o governo não tivesse implementado a medida que autorizou a suspensão ou o corte proporcional de jornadas e salários de trabalhadores. O programa que libera acordos desse tipo entre patrões e empregados já atingiu 8 milhões de pessoas. O governo argumenta que, nesse caso, 8 milhões de empregos foram salvos até o momento.

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