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Economia Fechadas, casas de festas em Alagoas sofrem com isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus

SETOR DE EVENTOS EM ALAGOAS SÓ DEVE RETORNAR APÓS VACINA

Empresários do setor amargam perdas provocadas pelo isolamento social anunciado pelo governo

Por Hebert Borges e Maylson Honorato | Edição do dia 01/08/2020 - Matéria atualizada em 01/08/2020 às 06h00

A pandemia do novo coronavírus acabou, literalmente, com a festa de muitas pessoas. O segmento que parecia imune à crises é um dos mais afetados pela crise sanitária e mesmo com o retorno gradual à normalidade em Maceió é um dos poucos que permanece proibido de funcionar na capital alagoana. Isso porque o beijo na hora do sim, os abraços de felicitações, o salão lotado e até mesmo a fila para servir-se no bufê podem ser potenciais situações para transmissão do vírus.

A Gazeta ouviu alguns empresários que compõem este setor. Elas falaram sobre as perdas e expectativas. Para o decorador João Curvelo, a perspectiva de segurança para grandes eventos é apenas para depois da chegada da vacina. Ela atua a oito anos no mercado de eventos e conta que essa é a primeira vez que algo assim acontece. “Creio que para pessoas que trabalham a muito mais tempo também. É um momento muito difícil para nós, a classe precisa de ajuda. Estamos a realizar sonhos e entretenimento a todo tempo e é isso que gostamos de fazer, mas é necessário ajuda para o setor, muitas pessoas estão passando necessidade, é muito triste”, desabafa. Das festas diárias ao vazio do salão, o prejuízo da empresária Cristiane Rodrigues Lima, proprietária de um salão de festas, já chega perto de meio milhão de reais. “De março até o final de julho, pelo menos 170 comemorações tiveram que ser renegociadas. Desses clientes, somente 30 optaram por cancelar o evento. Perdemos quase R$ 500 mil. E essa é uma estimativa que faço por alto, acredito que a perda é maior”, detalha. A empresária conta que no começo deu uma parada e aproveitou para tirar férias também. Mas aí as coisas foram apertando. “A única opção que a gente tinha era fazer festas menores nas casas. Mas, mesmo assim, as pessoas ainda tinham medo. E mesmo assim, essa alternativa é só para não fechar as portas, porque não dá lucro”, revela. Cristiane Rodrigues diz esperar para entre o final de agosto e o começo de setembro um possível retorno. “E teremos que voltar com algum tipo de promoção porque está todo mundo sem fazer evento, então todo mundo vai querer fazer alguma coisa. Mas a gente espera voltar em setembro, se Deus quiser”, afirma. Ela comemora o fato de que a quantidade de festa que precisou cancelar foi pequena. “Graças a Deus nossos clientes viram amigos. A gente conversa, explica e a maioria entende. A alternativa foi remarcar para o próximo ano. O que é complicado, marcar para o próximo ano, porque ocupa as datas do ano que vem.”, explica. Ainda assim, Cristiane Rodrigues alimenta a esperança de que o retorno das atividades do setor em Alagoas será pujante. “Eu acho que vai ser muito bom. Acho não, eu tenho certeza que o retorno será muito bom. O alagoano é muito festeiro e todo mundo quer fazer festa, gosta de festa. Quando isso acabar, o retorno será de alegria dobrada”, declara. A empresária está no mercado há 25 anos e diz que nunca imaginou passar por uma crise dessas. “Acho que nunca passou pela cabeça de ninguém que trabalha com eventos. O setor nunca está em baixa, nenhuma outra crise afetou o setor, até chegar essa pandemia”, conta.

* Sob supervisão da editoria de Economia

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