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segunda-feira, 12/05/2025 | Ano | Nº 5964
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Vender fiado ainda � pr�tica comum na periferia

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FÁBIA ASSUMPÇÃO A prática de comprar fiado ainda é muito comum entre as pessoas de baixa renda - e até com melhor poder aquisitivo - principalmente nos bairros mais distantes do centro da cidade. Mesmo na era do cheque eletrônico e do cartão de crédito, muita gente que estar sem crédito na praça não tem outra saída a não ser comprar fiado. Apesar de saber que vender a prazo é uma transação arriscada, em tempos de crises muitos comerciantes não tem outra opção ou senão perde parte da clientela. ?Se não vender fiado, a gente não vende?, sentencia o comerciante José Cícero Moreira da Silva. Com uma pequena banca de laticínios, Moreira afirma que já contabiliza um prejuízo de quase R$ 600 por causa dos calotes dos clientes, habituais usuários do sistema fiado. Em média, por mês, ele leva calotes de até R$ 200, mas não perde tempo em cobrar os caloteiros. ?Faço uma parte e separo as repartições de todas as pessoas que compraram e não pagaram?. Nem sempre, ele conhece encontrar os devedores. ?As desculpas são as mais variadas possíveis, tem gente que sai de férias, está viajando e até foi demitido?. Para fazer o controle dos débitos da freguesia, nada de complexos programas de computadores. Tudo é feito na velha e antiga caderneta, que segundo Moreira é infalível na hora das cobranças. Para vender fiado, ele também estabelece alguns critérios: o comprador tem que ser uma pessoa conhecida e os servidores públicos têm prioridade. ?Espero o Estado para começar a percorrer as repartições, quando as pessoas não aparecem para pagar?. Algumas pessoas atrasam o pagamento por mais de seis meses, mas quando regularizam a situação, elas voltam a ter o crédito de volta. Tem comerciante, no entanto, que já começa a desistir de vender fiado. A comerciante Alexsandra Linhares, que administra uma pequena mercearia no bairro de Santa Lúcia, colocou um cartaz informando que não vende fiado. Mas admite que mesmo assim, as pessoas insistem em comprar fiado e ela acaba cedendo. ?Quando chega uma mãe de família querendo comprar uma lata de leite, a gente fica com pena e acaba vendendo?. Aposentados Ela também abre outras exceções para os aposentados e pensionistas. Segundo Alexsandra, essas pessoas são confiáveis porque têm renda certa e nunca deixam de cumprir com seus compromissos. Ela não perdoa calotes e quando isto acontece sai com as cadernetas de baixo do braço, cobrando todos os devedores. ?Mesmo quando a pessoa não quer pagar, eu continuo cobrando, vou atrás, pois não podemos abrir mão de nada?. Com a queda do poder aquisitivo da maioria dos trabalhadores, algumas pessoas argumentam que não há alternativa a não ser comprar fiado. O servidor público Antônio Santos ressalta que quando não há alternativa, o jeito é comprar fiado. ?Chega uma hora que a gente não está com mais dinheiro no bolso e tem quecomprar comida, o jeito é recorrer aos amigos e comprar fiado?.

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