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Nº 5691
Economia

ODEBRECHT DÁ INÍCIO A PROCESSO DE VENDA DE SUA PARTE NA BRASKEM

Em julho deste ano, a Justiça homologou processo de recuperação judicial da companhia e de outras 11 empresas do grupo

Por Hebert Borges | Edição do dia 11/08/2020 - Matéria atualizada em 11/08/2020 às 06h00

A Braskem anunciou, na última sexta-feira (7), em comunicado aos acionistas e ao mercado, que recebeu correspondência enviada por sua acionista controladora, a Odebrecht, informando que a empresa deu início aos atos preparatórios para estruturar um processo de venda de até a totalidade da participação de sua titularidade na Companhia. Em julho, a Justiça homologou o processo de recuperação judicial da Odebrecht e de outras 11 empresas do grupo, que prevê a venda da participação na Braskem. A petroquímica encerrou a sexta-feira (7) com valor de mercado aproximado de R$ 19 bilhões. Nesses termos e sem considerar prêmio de controle, a Odebrecht levantaria R$ 7,1 bilhões com a venda da totalidade de sua participação. As suas ações preferenciais negociadas na B3 (a bolsa brasileira) acumulam queda de 22% em 2020, mas fecharam em alta de 9% nesta segunda-feira (10) após o anúncio da Odebrecht. A Odebrecht detém 38,3% do capital total da Braskem e o equivalente a 50,1% do capital votante. O segundo maior acionista é a Petrobras, que possui 47% do capital com direito a voto. A Petrobras também já manifestou intenção de se desfazer da sua participação na petroquímica. A Braskem já chegou a ser alvo de uma negociação com a petroquímica americana LyondellBasell há cerca de um ano, mas a venda não se concretizou. À época, a Braskem foi avaliada em mais de R$ 30 bilhões. Todavia, uma das incertezas era com relação ao problema do afundamento de bairros em Maceió, que obrigou a empresa a prover R$ 4,6 bilhões para a realocação da famílias e o pagamento de indenizações. O dinheiro obtido com a venda da Braskem, caso a operação seja bem-sucedida, deve ser utilizado em parte para pagar credores da Odebrecht. A dívida estimada da empreiteira é de cerca de R$ 100 bilhões, mas a companhia se comprometeu a pagar R$ 54 bilhões em 30 anos. Os cinco bancos que detêm ações da Braskem como garantia para diferentes empréstimos - Itaú, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - terão de dar o aval à operação de venda. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o diretor financeiro da Odebrecht, Marco Rabello, contou que o grupo vai “perseguir a venda a um comprador estratégico, mas essa não é a única alternativa”. Embora a preferência seja por encontrar um comprador estratégico para a totalidade de suas ações, a controladora também vai olhar outras alternativas que tragam “liquidez e valorização”. Assim, a depender do preço que a ação da petroquímica alcançar, a holding poderia vender em bolsa sua posição. Segundo o jornal, neste momento, a avaliação da Odebrecht é a de que a venda de sua fatia pode ocorrer em até três anos. Diferentemente das negociações conduzidas somente com a LyondellBasell, a proposta é de abertura de processo competitivo e estruturado. “A venda da Braskem é uma etapa relevante no atendimento aos credores, traz liquidez e valor para a Odebrecht e atende à necessidade de outros acionistas”, disse Rabello.

* Sob supervisão da editoria de Economia.

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