Economia
SETOR DE SERVIÇOS DE ALAGOAS REGISTRA O MAIOR TOMBO DO PAÍS
Em junho, o Estado atingiu uma retração de mais de 33% em relação ao mesmo mês de 2019

Os serviços prestados em Alagoas registraram uma retração de 33,1% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada nesta quinta-feira (13), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior queda entre as 27 unidades da federação, segundo os dados. Na comparação com o maio, o setor de serviços alagoano registrou alta de 1,8% em junho - o primeiro mês de afrouxamento das regras previstas no decreto do governo de Alagoas que proibiu o funcionamento de serviços considerados não essenciais, como bares e restaurantes. “Com as medidas de isolamento, muitos restaurantes estavam fechados, ainda que alguns estivessem funcionando por delivery. Com a flexibilização, ou seja, com o aumento do fluxo de pessoas nas cidades brasileiras, eles começaram a abrir e a receita do segmento voltou a crescer, impactando o volume de serviços de junho”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo. Com o resultado de junho, o setor de serviços de Alagoas acumula uma retração de 17,8% no primeiro semestre - a maior do País, segundo o levantamento do IBGE. Em doze meses, os serviços no Estado amargam uma queda de 12%.
RECEITA NOMINAL
Em junho, a receita dos serviços locais registram também a maior queda do País, com 31% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Ante maio, houve uma leve alta de 0,6%. Já no acumulado do ano, a receita do setor registra perdas de 17,4%. E em doze meses, a queda é de 11,3%. Em todo o País, o setor de serviços registrou queda de 12% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Na comparação com maio - quando o isolamento social provocou o restaurante de vários segmentos -, o volume de serviços no país cresceu 5%. A alta veio depois de quatro quedas consecutivas do indicador, quando acumulou perda de 19,5%. Em todo o País, o setor de serviços fechou junho em alta de 5%, após quatro meses consecutivos de queda. Ainda assim, a atividade do setor se encontra 14,5% abaixo do registrado antes da pandemia. A alta teve grande influência da reabertura dos restaurantes em parte do Brasil, disse o instituto. "Com o aumento do fluxo de pessoas nas cidades brasileiras, eles começaram a abrir e a receita do segmento voltou a crescer, impactando o volume de serviços de junho", afirmou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo. Principal motor do PIB (Produto Interno Bruto), o setor foi o mais afetado pelas restrições à circulação para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. Foi o único entre os grandes setores que ainda não havia mostrado sinais de recuperação. Indústria e varejo já haviam avançado em maio e mantiveram a tendência em junho: a indústria cresceu 8,9%, puxada pela produção das montadoras de veículos, e o comércio teve alta de 8%, com forte influência das vendas em supermercados.
"Diferentemente do comércio, a prestação de serviços tem a necessidade da presença da pessoa. Enquanto as pessoas não sentirem segurança, esse setor vai ter mais dificuldades para retomar", disse Lobo, lembrando que o comércio conseguiu migrar para vendas online e ainda roubou clientes de serviços como restaurantes. "Não consigo imaginar o setor de serviços mostrando a mesma velocidade [de recuperação] que a gente está vendo no comércio", concluiu. A perda acumulada na pandemia é equivalente a todo o ganho do setor entre janeiro de 2011 e novembro de 2014, período de grande crescimento da economia brasileira. O setor já vinha de um início de ano ruim, com recuo também em fevereiro, antes do início da pandemia. Após o fechamento de lojas e edifícios comerciais, registrou tombo recorde em abril, com queda de 11,9%. Em junho, teve a segunda maior alta da série histórica, atrás apenas dos 6,7% de junho de 2018, mês posterior à greve dos caminhoneiros. Os cinco grupos de atividades pesquisadas tiveram alta, com destaque para transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (6,9%) e serviços de informação e comunicação (3,3%). "É a segunda taxa positiva para o setor de transportes. Tanto ele quanto os serviços prestados às famílias mostraram perdas em março e abril e taxas positivas em maio e junho. Mas o crescimento dos últimos dois meses foi insuficiente para recuperar a perda dos meses anteriores", diz Lobo. As informações são da Folhapress.
