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Nº 5856
Economia

CATOLÉ-CARDOSO É SINÔNIMO DE DINHEIRO PÚBLICO JOGADO FORA

Empresa responsável pelo sistema move ação contra o governo do Estado por não pagar por serviços

Por ARNALDO FERREIRA REPÓRTER | Edição do dia 22/08/2020 - Matéria atualizada em 22/08/2020 às 07h17

/Maceió, 20 de agpstp de 2020
Açude do Catolé na áreas de Proteção Ambiental que garantem fornecimento de água na capital. Localizado na Av. Major Cícero de Góes Monteiro, 2197 - Santos Dumont, Maceió. Alagoas - Brasil.
Foto: ©Ailton Cruz
/Maceió, 20 de agpstp de 2020
Açude do Catolé na áreas de Proteção Ambiental que garantem fornecimento de água na capital. Localizado na Av. Major Cícero de Góes Monteiro, 2197 - Santos Dumont, Maceió. Alagoas - Brasil.
Foto: ©Ailton Cruz

As obras de um novo aqueduto projetado para aumentar a oferta de água potável em Maceió se arrastam há dois governos sem solução. Tubulações ficaram enterradas, sem serventia, e engolem contrato de R$ 73,7 milhões. A empresa responsável move ação contra o governo do Estado por não pagar por serviços que tiveram início no governo Téo Vilela (PSDB) e não foram adiante na gestão Renan Filho (MDB). A promessa era levar água para 35% de Maceió, mas ela só chega a 15% da cidade. O sistema sofre ainda com vazamentos crônicos e outros problemas intermináveis que comprometem a sua capacidade de distribuição em meio a séria crise hídrica enfrentada pelos maceioenses. Criado em 1947, o sistema Catolé-Cardoso deveria garantir produção suficiente de água potável para a população do Farol e da parte baixa de Maceió. Desde 2002, o sistema recebe investimentos milionários para recuperação e substituição do aqueduto, estações de tratamento de água e de elevatórios. No período de 2007 a 2018, os governos Teotônio Vilela Filho e Renan Filho fizeram reajustes de contratos que, no início, estavam estimados em R$ 16 milhões e hoje chegam a R$ 73,7 milhões, sendo que R$ 15 milhões (sem correção) já foram pagos. Partindo do reservatório que recebe as águas do rio Catolé, em Satuba, o novo aqueduto, projetado para substituir o antigo, que não servia mais, chegou a ser levado até pouco depois da localidade de Goiabeira, em Fernão Velho. Mas quando Vilela deixou o governo, a obra parou e está em situação de abandono. Não foi retomada até hoje na gestão Renan Filho, uma demonstração inequívoca de descaso com a coisa pública e dinheiro do erário jogado fora. A GPS Empreendimento Ltda.., contratada para executar as obras até o Cardoso, em Bebedouro, acusa o atual governo de inviabilizar o projeto por não pagar o que deve referente ao contrato vigente. Enquanto isso, a população, que deveria estar sendo melhor atendida pelo sistema, reclama de constante falta de água nas torneiras. A retomada da obra está garantida por decisão judicial, mas o governo devolveu o dinheiro de convênio e hoje alega falta de recursos. Estima-se que mais de 50% do custo inicial foram empregados na obra, momentaneamente abandonada.

DESCONTINUIDADE

A descontinuidade das obras não é o único problema do sistema Catolé-Cardoso. O próprio reservatório de Satuba, que, além de não ter evoluído como fonte de abastecimento da capital (ficou subdimensionado com o crescimento da população), apresenta um eterno problema de vazamentos. Através de infiltrações, as águas escapam do reservatório, descem em direção à lagoa e se perdem pelo caminho no subsolo. Essa problema nunca foi resolvido, o que também caracteriza o descaso de administrações públicas ao longo dos anos e priva a população de contar com um volume maior de água potável em meio à crise hídrica que atormenta Maceió, dependente cada vez mais de águas dos poços. A situação é parecida com a do sistema Pratagy, que atende 40% da necessidade da capital. Do projeto original, tem apenas um terço construído. Por lá, também as obras começam e param. Desde 2007, a construção da barragem “Duas Bocas” está parada. Uma bateria de 215 poços ajuda a minimizar o problema, com o fornecimento de 40% das necessidades. Mas a própria Casal admite que os poços são soluções emergenciais até que haja condições de aproveitamento dos mananciais de superfície. Quando haverá investimentos próprios da Casal ou da Secretaria de Infraestrutura? Ninguém sabe. Em alguns bairros atendidos por poços, a falta de água também é constante.


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