Um total de 725 mil pessoas deixou de procurar emprego em Alagoas durante a pandemia do novo coronavírus, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa o acumulado no mês de julho, quando 37 mil trabalhadores se juntaram a este grupo, que era de 688 mil em junho. De maio para julho este grupo cresceu 6%, saindo de 682 mil para os atuais 725 mil. Em números absolutos, a adesão a este grupo em julho foi seis vezes maior do que na passagem de maio para junho. Para 77% destas pessoas, o que equivale a 559 mil, o motivo para desistirem de procurar trabalho é a pandemia ou a falta de de vagas onde moram. Os dados mostram que todos os 37 mil alagoanos que entram neste grupo no mês de julho citaram isso como argumento. De acordo com o IBGE, essas pessoas afirmam querer trabalhar. Em contrapartida, desde o mês de maio que o número de pessoas à procura de trabalho não aumenta em Alagoas, segundo o IBGE. Na passagem de maio para junho, quando alguns setores da economia começaram a retomada dos serviços, 28 mil alagoanos se juntaram aos 141 mil que já procuravam emprego no estado, mas em julho esse número permaneceu em 169 mil. Em nível nacional o IBGE já registra movimento oposto aferido em Alagoas. Isso porque cerca de de 1 milhão de pessoas voltaram a buscar emprego na segunda semana de agosto, de acordo com o instituto. Agora a população fora da força de trabalho e que não estava trabalhando nem procurava emprego, atingiu 75,5 milhões de pessoas. Na primeira semana de agosto eram 76,1 milhões. Segundo o IBGE, a pandemia ou a falta de trabalho no local onde vivem foram os motivos para que 17,7 milhões dessas pessoas que gostariam de trabalhar não chegassem a procurar emprego. O uso deste motivo apresentou queda em relação à semana anterior, quando esse número tinha chegado a 18,3 milhões. De acordo com o instituto, a flexibilização do isolamento é uma das causas para isso. Para a coordenadora da pesquisa PNAD Covid, Maria Lúcia Vieira, embora pouco significativo os números apresentam sinais positivos de mudança. “Mostrando sinais de recuperação do mercado de trabalho, principalmente, quando a gente olha a população fora da força de trabalho, que também teve uma variação não significativa, mas negativa desse contingente”, comentou. Mesmo estatisticamente estável, o total de pessoas que estavam trabalhando de forma informal (28 milhões) foi pouco acima do registrado na semana anterior (27,9 milhões). Com isso, a taxa de informalidade ficou em 34,1%. No início de maio, eram 30 milhões de trabalhadores informais, que são os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira e trabalhadores que não contribuem para o INSS. “O trabalho informal, desde o início da pesquisa, vinha caindo e agora nas últimas duas, três semanas ele vem apresentando variações positivas”, afirmou Vieira. Atualmente, segundo o IBGE, a taxa de desocupação em Alagoas aumentou para 17,8% no segundo trimestre de 2020, o que representa um aumento de 1,3 pontos percentuais frente aos primeiros três meses do ano (16,5%). De acordo o instituto, quando estas pessoas que desistiram de procurar emprego passam a fazê-lo elas mudam para o grupo de desocupados, caso não consigam trabalho. No Brasil, somente a Bahia (19,9%) e Sergipe (19,8%) possuem taxas de desocupação maiores que Alagoas. No Brasil, a média nacional de desocupação ficou em 13,3%.
* Sob supervisão da editoria de Economia.