Abastecimento
LEILÃO DA CASAL DIVIDE OPINIÃO DE PARLAMENTARES DE AL
Deputado sertanejo diz que concessão da distribuição de água e do tratamento de esgoto não é vantagem para nenhum alagoano


A discussão contra e a favor da concessão de serviços da Casal para empresas privadas divide opinião de deputados estaduais há dois anos. Em discussões calorosas os parlamentares da bancada sertaneja, dos grupo governista e independente se mostram contrários à “privatização” dos serviços de distribuição de água, de coleta e tratamento de esgoto, ao contrário de alguns oposicionistas que aprovam o resultado do leilão e alegam que a autarquia estadual não tem competência para executar os serviços e deixam os consumidores sem água sobretudo no verão. O deputado Inácio de Loyla (PDT), que é um profundo conhecedor das condições climáticas do semiárido nordestino, sempre se manifestou contra a concessão por entender que os mais pobres podem ser prejudicados. Depois do leilão, demonstrou preocupação com o desemprego e com o atendimento aos consumidores mais pobres. Mesmo assim disse que “torce” para o leilão apresentar o resultado esperado. Ao ser questionado sobre o que efetivamente Alagoas ganha com o leilão, o deputado ponderou: “Não vejo nenhum benefício para o alagoano. Basta acompanhar as demais regiões onde o serviço fora privatizado. A reclamação é altíssima. Os serviços ficam a desejar; a população começa a pagar o preço maior da tarifa; redução do quadro de funcionários, e os contratados são sempre prestadores de serviços de forma precarizada”.
BANCADA
Já o deputado da bancada oposicionistas Davi Maia (DEM) aprovou a concessão dos serviços à iniciativa privada. “A concessão vai garantir investimento de R$ 2 bilhões e 600 milhões no setor. E ainda tem mais R$ 2 bilhões para o Estado investir como queira. Nós defendemos que esses R$ 2 bi sejam investidos basicamente no Agreste e Sertão de Alagoas, na distribuição de água e no tratamento de esgoto que não vai faltar dinheiro”. Maia observa que “o edital prevê a ampliação da tarifa social que na Casal ainda tem níveis muito baixos. Uma prova disso é que quando a Eletrobras foi privatizada, a Equatorial duplicou o número de atendimentos por tarifa social”, destaca.