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Nº 5856
Economia Na passagem de agosto para setembro, o endividamento recuou na capital alagoana

ENDIVIDAMENTO AVANÇA 1,61% E ATINGE MAIS DE 202 MIL MACEIOENSES

Volume representa 66,8% da população da capital alagoana economicamente ativa, diz Fecomércio

Por Carlos Nealdo | Edição do dia 16/10/2020 - Matéria atualizada em 16/10/2020 às 04h00

O endividamento do consumidor maceioense registrou aumento de 1,61% em setembro, na comparação com setembro do ano passado, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira, pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio-AL). De acordo com os dados, no mês passado, o número de consumidores endividados na capital alagoana somou 202.052 - o equivalente a 66,8% da população economicamente ativa. Em setembro de 2019, esse número era de contra 198.850 registrados no mesmo mês de 2019. Na comparação com agosto deste ano - quando havia 213.345 endividados em Maceió -, o volume recuou 5,29%. O levantamento mostra ainda que em setembro, 71.957 consumidores da capital estavam com contas ou dívidas em atrasos - a chamada inadimplência -, um recuo de 21,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando 83.892 consumidores estavam nesta situação. Na comparação com o mês anterior, o recuo foi 14,65%. Para o assessor econômico da Fecomércio de Alaogaxs, Felippe Rocha, os dados são positivos e podem ser explicados pela melhora do saldo de empregos, tanto na capital quanto no Estado, e pelo saque emergencial do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).“São três meses seguidos que o estado de Alagoas gera mais admissões do que desligamentos. No saldo do trimestre, de junho a agosto foram gerados 6.221 postos de trabalho e, vale ressaltar que, em agosto, todos os segmentos do estado contrataram”, avalia. Ele explica que agosto foi o primeiro mês do ano a apresentar variação positiva após o isolamento social temporário devido à pandemia do novo coronavírus. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, em agosto foram gerados 909 empregos com carteira assinada em Alagoas, com destaque para a construção civil, que abriu 403 postos formais de trabalho, e o comércio, com a criação de 310 vagas. O economista ressalta que setembro marca o último mês da parcela cheia do Auxílio Emergencial em conjunto com o saque emergencial do FGTS. “Isso contribuiu para a redução dos níveis de endividamento e inadimplência da população”, observa. Em setembro, o uso do cartão de crédito lideral o índice de endividados em Maceió, com 96,6% do total. Em seguida aparecem os carnês, com 18,4%, e o crédito pessoal, com 6,2% - lembrando que um consumidor pode ter mais de um tipo de endividamento. Em todo o País, o percentual de famílias que relataram ter dívidas (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) alcançou 67,2% em setembro, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Foi a primeira queda desde maio deste ano, após ter alcançado a maior proporção da série histórica. Houve redução de 0,3 ponto percentual em relação aos 67,5% observados em agosto, mas aumento de 2,1 pontos percentuais comparativamente aos 65,1% de setembro de 2019. Segundo a CNC, o percentual de famílias com dívidas ou contas em atrasos caiu de 26,7% em agosto para 26,5% em setembro, primeira redução no indicador desde maio. O percentual cresceu 2,0 pontos percentuais em comparação a setembro de 2019, quando as famílias com dívidas em atraso representaram 24,5% do total. Já a parcela das famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso – e que, portanto, permanecerão inadimplentes – reduziu ligeiramente, passando de 12,1% em agosto para 12% do total de famílias em setembro. O indicador havia alcançado 9,6% em setembro de 2019.

“Houve uma mudança nas trajetórias do endividamento dentre os grupos de renda pesquisados, em que o número de famílias com dívidas apresentou tendências diferentes. Para as famílias com renda até dez salários mínimos, o percentual de famílias endividadas caiu pela primeira vez desde maio, chegando a 69% do total, após ter alcançado o recorde de 69,5% em agosto”, explica a entidade, em nota.

“Em setembro de 2019, a proporção de dívidas para esse grupo havia sido 66,2%. Para as famílias com renda acima de dez salários mínimos, a proporção do endividamento teve o primeiro aumento desde abril, de 57,8% em agosto para 59% em setembro e 60,5% em setembro de 2019”, completa.

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