Maceió registrou, no último mês de setembro, mais uma queda no consumo, de acordo com a pesquisa do Índice de Consumo das Famílias (ICF), feita pelo Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Este foi o oitavo mês consecutivo de queda na capital alagoana. Entre janeiro e setembro deste ano, o consumo caiu cerca de 13,24%. A pesquisa foi divulgada nessa quarta-feira (21). De acordo com a pesquisa, na variação mensal, setembro registrou queda de 0,4%, apresentando viés de estabilidade e, na variação anual, o consumo de setembro deste ano foi 9,92% menor do que no mesmo mês do ano passado. "Possivelmente, em outubro, os dados apresentem recuperação. Alagoas apresenta uma queda acumulada de 7,2% sobre o nível de vendas, entre janeiro a agosto, quando comparamos com o mesmo período de 2019, segundo a pesquisa mensal do Comércio do IBGE", contextualiza Felippe Rocha, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL). Contudo, em Alagoas, os dados mostram que, na variação mensal, houve crescimento de 8,4% no volume de vendas. "Os dados de empregos divulgados pelo Caged mostram três meses consecutivos, [junho a agosto] de retomada de postos de trabalho. E, em Maceió, agosto é apresentado como o primeiro mês de recuperação de empregos após o isolamento social", avalia Felippe.
MAIS DADOS
Analisando a pesquisa de consumo das famílias, o indicador sobre a manutenção de emprego atual apresenta fortalecimento, com crescimento de 1,4%, demonstrando que os consumidores estão com menor medo sobre perderem seus postos de trabalho. "Isso ajuda a reduzir as incertezas e a elevar os níveis de consumo no futuro próximo", observa o economista. Embora os dados sobre o emprego atual sejam positivos, os cidadãos da capital não confiam que no horizonte até o final do ano ocorra melhora em sua perspectiva profissional, já que houve queda de 5,4%. E, se não haverá melhora na renda, a tendência é que os consumidores se resguardem um pouco mais. Mesmo a inflação de setembro sendo a mais alta dos últimos 17 anos (0,64%) e que a inflação da baixa renda tenha ficado em 0,98%, segundo o IBGE, os consumidores apontam que sua renda atual, comparada ao mesmo mês do ano passado, está 3,4% acima. "Considerando o adicional extraordinário de renda trazido pelo saque emergencial do FGTS, os consumidores podem ter essa sensação temporária de maior riqueza", ressalta. Com a Semana do Brasil e pelas diversas promoções que estão ocorrendo pelo país, as compras a prazo voltaram a ser intensificadas na capital e o uso do crédito aumentou cerca de 5%. Além disso, o nível de consumo atual cresceu 2,9%, mas não foi suficiente para haver crescimento na variação mensal porque as famílias de baixa renda apresentaram queda muito acentuada em detrimento do leve aumento no consumo por parte das famílias de alta renda. Embora o consumo atual tenha se elevado, a perspectiva de consumo para os próximos meses apresentou queda de 4,1%. "Isto porque o consumo atual certamente está puxado pelo saque emergencial do FGTS e do valor cheio do Auxílio Emergencial, que será reduzido pela metade a partir de outubro e limitado a um número menor de pessoas", analisa Felippe. Assim, em Maceió, o momento para duráveis caiu 9,1%, pois a renda adicional extraordinária está sendo utilizado para bens de consumo não-duráveis, voltados para a alimentação.