EUA
ECONOMIA DEVE SE BENEFICIAR COM VITÓRIA DE JOE BIDEN
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A vitória do presidente Joe Biden (Democracata) nos Estados Unidos não deve afetar diretamente a economia alagoana por conta de nossa pouca participação no cenário das exportações. Na prática, a expectativa é que não soframos nenhum tipo de impacto. Ainda assim, a perspectiva criada pela Federação das Indústrias de Alagoas (Fiea) é positiva com a continuidade e até ampliação de acordos comerciais que impulsionem a economia do País. Na avaliação do economista Jarpa Aramis, a pouca presença do Estado com exportações, quase sempre apenas voltadas para o setor sucroenergético e químico plástico, não coloca Alagoas, em alerta quanto a decisões drásticas que prejudiquem as relações comerciais em vigor. “É difícil falar especificamente de Alagoas, porque quando olhamos só temos uma participação do setor sucroenergético e químico e plástico que tem uma representatividade do PIB do Estado”, observou. O que se sabe de momento é que Biden, ao contrário do presidente Donald Trump, tem uma visão mais expansionista o que pode acabar sendo positivo para o País. Para o economista, sua gestão deverá marcar o fim dos tencionamentos com a China, que também é uma potência comercial com relações em todo o mundo. “De maneira geral, vale lembrar que o Trump tinha um posicionamento protecionista e isso termina inviabilizando os relacionamentos com outros mercados. Vimos ocorrer algumas tenções entre as duas grandes potências - EUA e China. O Biden vem numa linha contrária, na linha de Obama, buscando novos relacionamentos e abertura de novos mercados”, definiu Jarpa. A visão também é positiva na Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea). Para o presidente da entidade, José Carlos Lyra, Biden irá continuar cumprindo os acordos comerciais e as relações bilaterais entre os dois países, o que vai servir para alavancar a economia brasileira. O clima de tranquilidade nesta área poderá ser importante para a atração de investidores. “Vamos dar continuidade aos acordos comerciais e a outras questões bilaterais importantes para o desenvolvimento de nossa economia. Como bem disse o presidente de nossa Confederação (CNI), Robson Braga, é historicamente bom nosso relacionamento com governos democratas. Acredito que vamos avançar em pontos importantes da agenda que o Brasil tem com os Estados Unidos”, disse Lyra. Ele lembra que segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2019, o intercâmbio de bens e serviços entre os dois países foi superior a US$ 100 bilhões. Enquanto os investimentos de empresas americanas no Brasil superam US$ 70 bilhões, os nossos nos Estados Unidos ultrapassam US$ 39 bilhões. “Com base nas avaliações da CNI, conforme o cenário que se defina após a eleição americana e a conjuntura internacional, acreditamos que são grandes as possibilidades de ampliação desses fluxos. Avaliamos que, do mesmo modo que os demais estados, Alagoas também se beneficie dessas relações. Não haverá grandes mudanças, considerando que nosso maior produto de exportação é o açúcar, que já tem uma cota definida anualmente pelo governo americano para diversos países, no mês de setembro”, completou. Conforme lembrou José Carlos Lyra, o Brasil fica com a maior cota que é redistribuída com os estados nordestinos. A região se beneficia com uma lei de 1996 que define que todas as cotas de exportação de derivados da cana-de-açúcar devem ser atribuídas aos produtores do Norte e do Nordeste. “Em setembro último, o governo [Jair] Bolsonaro anunciou que a cota para o açúcar brasileiro nos Estados Unidos passou de 230 mil para 310 mil toneladas. Como a lei estabelece, esse aumento beneficia exclusivamente os produtores do Nordeste”, acrescentou José Carlos Lyra.