A eleição municipal deste domingo (15) sinalizou para um freio da onda antipolítica que vinha marcando as últimas disputas eleitorais no país. Como as pesquisas já vinham apontando, nomes ligados à política tradicional venceram ou lideram na maioria das 25 capitais onde houve votação. Em Macapá, a eleição foi adiada devido ao apagão. Nessa primeira etapa, o DEM é o partido que elegeu mais prefeitos em capitais, com três prefeitos eleitos, seguido pelo PSD e PSDB, com dois prefeitos cada. Os próximos prefeitos já foram definidos em sete capitais -em seis delas ganharam os candidatos à reeleição. Foram Alexandre Kalil (PSD) em Belo Horizonte, Rafael Greca (DEM) em Curitiba, Gean Loureiro (DEM) em Florianópolis, Marquinhos Trad (PSD) em Campo Grande e Álvaro Dias (PSDB) em Natal. Palmas, que não tem segundo turno, também reelegeu a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) com 36% dos votos válidos. Ainda foi eleito em primeiro turno em Salvador o vice-prefeito Bruno Reis (DEM), afilhado político do prefeito ACM Neto (DEM). Outros prefeitos estavam à frente na disputa ao segundo turno até o fechamento desta edição. É o caso de Bruno Covas (PSDB) em São Paulo, Edvaldo Nogueira (PDT) em Aracaju e Hildon Chaves (PSDB) em Porto Velho. No Rio de Janeiro, em Cuiabá e em Rio Branco, os atuais prefeitos Marcelo Crivella (Republicanos), Emanuel Pinheiro (MDB) e Socorro Neri (PSB) vão ao segundo turno, mas ficaram em segundo lugar nessa primeira disputa. Porto Alegre é a exceção neste ano. Na capital gaúcha, o prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) ficou de fora do segundo turno, no qual concorrerão o ex-vice-prefeito Sebastião Melo (MDB) e a ex-deputada Manuela D'Ávila (PC do B). Os números da eleição de 2020 destoam do que ocorreu quatro anos atrás, quando cinco capitais deixaram de fora da disputa os candidatos à reeleição: São Paulo, Curitiba, Aracaju, Porto Velho e Campo Grande. A influência da onda antipolítica ficou mais sentida em Belém. Na cidade, o ex-prefeito e deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL) concorrerá no segundo turno contra o Delegado Federal Eguchi (Patriota), bolsonarista que estava em terceiro nas pesquisas. Eguchi, que disputou a Câmara dos Deputados em 2018 e perdeu, desbancou o deputado federal José Priante (MDB), do partido do governador Hélder Barbalho.
SÃO PAULO
Com 99,67% dos votos apurados, Bruno Covas confirmou o favoritismo detectado nas pesquisas e está com 32,85% dos votos válidos, contra 20,24% de Boulos, que superou Márcio França (PSB), por enquanto com 13,65% dos votos, e Celso Russomanno (Republicanos), com 10,50%. Na manhã deste domingo, Covas esteve cercado de apoiadores. Acompanhou a votação da ex-prefeita Marta Suplicy, do governador João Doria (PSDB) e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
BELO HORIZONTE
Como nas pesquisas que apontavam vantagem com folga sobre os adversários, Alexandre Kalil (PSD) confirmou o favoritismo nas urnas e foi reeleito prefeito da capital de Minas Gerais. Com 84,8% das urnas apuradas até as 22h30 deste domingo (15), ele tem 63,5% dos votos válidos. Bruno Engler (PRTB), com 9,89%, João Vitor Xavier, 9,25%, e Áurea Carolina (PSOL), 8,31%, vêm na sequência. Nas pesquisas realizadas pelo Datafolha na capital mineira durante a campanha, Kalil passou de 56% (em levantamento entre os dias 5 e 6 de outubro) para 61% (entre os dias 13 e 14 de novembro) -69% considerando apenas votos válidos.
SALVADOR
Candidato apoiado pelo prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), o vice-prefeito Bruno Reis (DEM) confirmou o favoritismo demonstrado ao longo da campanha, venceu no primeiro turno e comandará a capital da Bahia pelos próximos quatro anos. Com 97,04% das urnas apuradas até as 22h10 deste domingo (15), Reis lidera com 64,16% dos votos válidos. A candidata Major Denice Santiago (PT), apoiada pelo governador Rui Costa (PT), vem em segundo lugar, com 18,84%. Pastor Sargento Isidório (Avante), com 5,32, aparece em terceiro. Único candidato alinhado com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Salvador, o vereador Cezar Leite (PRTB) tem 4,67% do votos. Na sequência vêm a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) e o deputado estadual Hilton Coelho (PSOL).