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Nº 5859
Economia Sondagem aponta queda nas expectativas de empresários com número de empregados

CNI: ESTOQUES DA INDÚSTRIA CONTINUAM ABAIXO DO DESEJADO

As expectativas dos empresários também recuaram pelo segundo mês consecutivo, diz documento

Por Folhapress | Edição do dia 20/11/2020 - Matéria atualizada em 20/11/2020 às 04h00

Rio de Janeiro, RJ – Apesar de seguidas altas na produção industrial, os estoques do setor continuam em queda e abaixo do desejado pela indústria. É o que constatou relatório de sondagem sobre o mês de outubro divulgado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) nesta quinta-feira (19). Segundo a CNI, o índice de evolução do nível de estoques ficou em 45,5 pontos no mês de outubro, pouco superior a setembro, mas ainda abaixo dos 50 pontos. O índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado ficou recuou de 43,4 para 43,3. Valores acima dos 50 pontos indicam crescimento do nível de estoques ou estoque efetivo acima do desejado. Pontuações abaixo desse patamar indicam, por outro lado, nível de estoques insatisfatório. A variação indica diminuição dos estoques de produtos finais em outubro. O resultado refletiu crescimento das vendas acima da produção, de acordo com o relatório. De acordo com o documento, as expectativas dos empresários também recuaram pelo segundo mês consecutivo, apesar de ainda estarem no campo positivo, com maior intenção para investir em 2020. "Possivelmente, trata-se de uma acomodação após a rápida recuperação dos efeitos da pandemia", avalia a confederação. Apesar da retração nas expectativas, a CNI afirma que os índices estão acima das médias históricas e indicam que os empresários seguem bastante otimistas em relação aos próximos seis meses. As expectativas quanto a demanda recuaram 1,8 ponto, embora ainda permaneçam positivas (59,8 pontos). Também foi observada retração de 2 pontos nas expectativas quanto a compras de matérias primas, problema que o setor vem enfrentando nos últimos meses. A sondagem também aponta queda nas expectativas de empresários com o número de empregados e exportações (queda de 0,9 ponto em ambas as categorias). Já a propensão em investir cresceu pelo sétimo mês consecutivo, com alta de 22,6 pontos na comparação com abril. O indicador está atualmente em 59,3 pontos, acima da média histórica de 49,7 e alcançando os níveis registrados no pré-pandemia. Para novembro, as expectativas de demanda são positivas em todos os setores, sendo os mais otimistas de bebida, produtos de madeira, couro, artefatos e veículos automotores. O clima positivo é explicado pela atividade industrial acima do usual em outubro. A utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria subiu 2 pontos percentuais e chegou a 74%, quatro pontos acima de setembro de 2019 e a melhor marca para o mês desde 2013. O índice de UCI efetiva cresceu pelo sexto mês consecutivo, com alta de 0,7 ponto, alcançando os 51,1 pontos, o que indica atividade industrial aquecida. "Os índices relativos à utilização da capacidade instalada reforçam a conclusão que a indústria está operando em nível de atividade aquecida", avalia a CNI. A produção cresceu pelo quinto mês consecutivo em outubro, enquanto o número de empregados da indústria aumentou pela terceira vez seguida. O índice dos trabalhadores marcou 54,9 pontos, retratando crescimento no quesito -em outubro, foi de 55,3. A indústria foi bastante afetada pela pandemia da Covid-19 no Brasil. No segundo trimestre, auge do distanciamento social para combater a disseminação da doença, o setor encolheu 12,3%. A retração foi puxada pela queda na produção de produtos duráveis ou semiduráveis, como automóveis e vestuário. O setor de não-duráveis, como alimentos e itens de higiene, por outro lado, contribuiu para amenizar essa retração. Segundo o IBGE, em setembro, a produção industrial brasileira emendou o quinto mês consecutivo de alta após tombo recorde causado pela pandemia de Covid-19 e eliminou as perdas do pior período da crise, ficando 0,2% acima do pré-pandemia. Nos cinco meses de recuperação, o setor compensou a perda de 27,1% entre março e abril, quando a Covid-19 atingiu o país. No pico da pandemia, com tombos de 9,1% em março e 18,8% em abril, a produção industrial brasileira atingiu o pior patamar da história. Os dados de outubro do instituto ainda não foram divulgados.

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