Consumo
GOVERNO NÃO SABE TOTAL DE RECURSOS A SEREM CORTADOS
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O Ministério da Economia não tem estimativa de quanto a menos os 5,4 milhões de trabalhadores que tiveram o contrato suspenso receberão neste fim de ano. Desses, quase 70% ficaram sem trabalhar por um período superior a um mês e 10,1% ficaram mais de 90 dias em casa e terão ao menos três meses proporcionais descontados do benefício, segundo dados da pasta. Entre esses trabalhadores, 93% ganham até três salários mínimos (R$ 3.135). Desde o início da pandemia, a pasta cobriu R$ 18,2 bilhões dos salários de quem fez esse tipo de acordo. Uma nota técnica do ministério, no entanto, divulgada em 17 de novembro, garantiu o pagamento integral àqueles que tiveram redução de salário, o que pode diminuir danos aos comerciantes neste fim de ano. A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) projeta que o desempenho do setor em dezembro não supere o ano passado. “É um ano atípico, então a previsão, de certa forma, é otimista. A data deve diminuir prejuízos para o setor, especialmente para o comércio eletrônico, mas não é suficiente para recompor as perdas”, diz Daniel Sakamoto, gerente-executivo da entidade. Uma pesquisa da entidade divulgada na quinta-feira (26) mostra que 32% dos trabalhadores pretendem usar o 13º salário para comprar presentes de Natal e 21% para gastar nas festas de fim de ano. Além disso, 30% pretendem economizar e 21% pagar contas básicas. O economista da FGV (Fundação Getulio Vargas) Rodolpho Tobler afirma que o auxílio emergencial foi protagonista na recuperação do comércio e o fim do benefício deverá trazer desafios ao setor no próximo ano. “Como em dezembro será paga a última parcela do auxílio, o consumidor poderá optar por não consumir porque não sabe como será 2021”, diz Tobler. LG