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Nº 5852
Economia Réveillons foram limitados a 300 pessoas, o que para organizadores inviabiliza festa de fim de ano em Alagoas

PRODUTORES DE EVENTOS CRITICAM MEDIDA DO GOVERNO

Organizadores classificaram como "hipocrisia" a medida anunciada pela Secretaria de Saúde em limitar as festas de fim de ano

Por thiago gomes | Edição do dia 08/12/2020 - Matéria atualizada em 08/12/2020 às 04h00

Após serem surpreendidos com a restrição imposta pelo governo do Estado aos réveillons, produtores de Alagoas voltaram a comentar o assunto, dizendo que está na hora de afastar a imagem de que são vilões e comparando o cenário local com o que acontece no eixo Rio-São Paulo, por exemplo. Lá, o setor cultural funciona seguindo os protocolos sanitários e, apesar do avanço da pandemia e o risco de uma segunda onda, os grandes eventos continuam mantidos. Alguns destes organizadores classificaram como "hipocrisia" a medida anunciada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) em limitar as festas de fim de ano - e qualquer outra - a uma capacidade de até 300 pessoas em locais abertos. A regra inviabilizou a maioria dos "points" da virada, e boa parte já foi cancelada. Sérgio Feitosa, produtor do tradicional réveillon all inclusive Celebration, que foi cancelado, afirmou que há base científica suficiente para garantir a realização de grandes eventos, e o Estado de Alagoas deveria, na opinião dele, dar atenção a este retorno do segmento e não se omitir por levantar a hipótese de que as normas de distanciamento social seriam descumpridas. "Estamos sendo bastante impactados nessa pandemia, e o nosso setor tem que voltar de forma segura para que pessoas que vivem de eventos possam ter seu direito de trabalhar de volta. Elas não admitem ver o que aconteceu na política de forma irresponsável, e esses próprios políticos não querem, de forma responsável, avaliar o nosso retorno", disse. Nas redes sociais, Sérgio publicou a foto de um evento de grande porte ocorrido no Sudeste, que seria um exemplo de que é possível fazer o setor de entretenimento funcionar em meio à pandemia. "Podemos, sim, nos reinventar e fazer um evento com protocolos seguros, garantindo aos nossos clientes a alegria da volta dos eventos. Já está na hora de parar de achar que somos os vilões", Segundo ele, o segmento está parado há 9 meses, e fechar os olhos para não regulamentar seria algo "criminoso" com as famílias que tiram os seus sustentos dos eventos. "Espero que os políticos que deram maus exemplos nas campanhas, agora, pelo menos, tenham a responsabilidade e respeito ao nosso segmento", completou o empresário, marcando, na postagem, o governador Renan Filho (MDB) e o secretário de Saúde, Alexandre Ayres. O produtor do réveillon Santé, Fernando Madeiro, compartilha da mesma opinião do colega. De acordo com ele, Alagoas já deveria ter normas definidas para o retorno seguro dos grandes eventos, assim como acontece em outros estados da Federação. "O Estado já deveria ter adotado este parâmetro, seguindo à risca os protocolos de segurança. Já que não teremos eventos oficiais de Réveillon, o pessoal vai se aglomerar em outros lugares sem seguir nenhuma regra. Acho que vai ser pior desta maneira", acredita o empresário. Os organizadores do Réveillon Arcanjos, também suspenso, se posicionaram por meio de nota. Ao criticarem o Governo de Alagoas, disseram que a hipocrisia fala mais alto diante da postura "debochada" de quem defendia a saúde, mas estava aglomerando nas atividades eleitorais. "Em decisão não comunicada previamente e não acatada pelo setor, a Secretaria de Saúde do Estado põe uma venda em tudo que aconteceu há uma semana, com 20 mil pessoas em comícios, e todos os que hoje são a favor da "saúde" rindo e debochando! Estávamos movimentando mais de 20 mil empregos diretos e indiretos junto aos outros eventos, agora são famílias que ficarão sem o sustento para suas mesas! Além de muitos turistas e pessoas que programaram meses para se divertir com segurança em um paraíso", destaca. Eles disseram que buscaram, até o fim, o diálogo e protocolos com o Estado, mas não conseguiram um acordo. "Sugerimos o teste PCR em massa para todos, criando um evento imune, além de todas as medidas possíveis para a realização. Mas, parece que acham melhor deixar as pessoas se reunirem sem proteção alguma e criando tumultos".

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