Consumo
VENDA EM FRIGORÍFICOS E PEIXARIAS DE ALAGOAS RECUA 76%, DIZ SEFAZ
Segundo boletim, essa foi a atividade econômica que mais recuou no mês passado no estado


As vendas em frigoríficos e peixarias de Alagoas diminuíram 76% em novembro passado na comparação com o mesmo período de 2019. Os dados são do boletim do movimento econômico em Alagoas, divulgado na última terça-feira (8) pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz). Essa foi a atividade econômica que mais recuou no mês passado no estado. No frigorífico em que Jadson Israel trabalha, que fica localizado na parte alta da cidade, ele conta que a redução nas vendas, principalmente da carne bovina, já está sendo sentida. “Nós tivemos, acredito que de novembro para cá, uma redução bem grande nas vendas. No geral acredito que o preço de tudo tenha aumentado e, por consequência, as vendas caíram também. Ouvimos muita reclamação de clientes e alguns optam até mesmo por comprar carne de segunda, ou com ossos, por ser mais barata. Frangos também são bastante procurados”, disse o gerente. De acordo com ele, além da diminuição nas vendas, a carne também é comprada dos fornecedores por preços acima do normal. Contudo, apesar das dificuldades para vender, o gerente já enxerga uma luz no fim do túnel. Com a chegada de datas comemorativas, como o natal e o réveillon, ele espera que o movimento volte a crescer. Na casa do trabalhador autônomo Genival Barbosa ele diz que não deixa faltar “a carne do dia a dia”, mesmo diante do aumento no preço. “Em todo lugar de Alagoas o preço está alto, ainda não vi carne barata por aqui. Pelo que percebi esse aumento vem acontecendo já há algum tempo. E é aquilo, apesar de estar caro, não tem como deixar de comprar. Carne é fundamental no prato de qualquer pessoa”, afirmou. Todavia, Barbosa contou que, às vezes, quando o preço fica muito ‘salgado’, substitui carne por frango, que costuma ter um preço mais em conta. “Acredito que, principalmente nesse fim de ano, as pessoas vão correr atrás de frango, para ceia de natal e tudo mais. Assim vamos levando, até os preços baixarem e podermos comprar normalmente”, pontua. Em ritmo oposto ao dos frigoríficos e peixarias está a indústria de produtos químicos de Alagoas. De acordo com os dados da Sefaz, este foi o segmento que mais cresceu no estado no mês passado, ao registar alta de 64% nas vendas. A indústria alagoana como um todo teve crescimento de 17%. No geral, o boletim aponta que as atividades econômicas de atacado, varejo e indústria obtiveram um crescimento nominal, em conjunto, de 21% no mês de novembro de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior. Para aferir esses números, a Sefaz analisou os documentos fiscais eletrônicos emitidos no período, avaliando os efeitos das medidas de regulação das atividades econômicas durante a pandemia na economia do estado. Os destaques do mês ficaram para o setor atacadista de construção civil e varejista de alimentos.
De acordo com os dados, o setor atacadista teve aumento de 21% no seu total, com ênfase positiva nos segmentos representativos de construção civil (49%), atacadista de açúcar (44%), comércio atacadista de alimentos (32%) e atacadista de mercadorias em geral (30%). Neste segmento, apenas a atividade atacadista de fumo apresentou variação negativa de 19% no período.
O varejo apresentou crescimento de 25% no seu total, com valores mais significativos de emissões no setor dos varejistas de alimentos, abrangendo supermercados, hipermercados e alimentos em geral com crescimento de 46%, lojas de departamentos (49%), peças automotivas (31%), combustíveis (15%), comércio de veículos (10%) e varejista de material de construção (9%). Neste segmento, apresentaram queda em relação a novembro de 2019 as atividades de varejista de calçados (-5%) e varejista de tecidos (-1%). Além dos frigoríficos e peixarias, outra atividades que teve resultado negativo em Alagoas foi o setor de petróleo e gás (-13%). Contudo, a Sefaz pontuou que esses setores têm baixa representatividade em valores em relação ao total de emissões de documentos fiscais no período.