Economia
VENDAS DE FIM DE ANO DEVEM MOVIMENTAR R$ 44,9 MILHÕES
Embora intenção de compras tenha recuado 4 pontos percentuais, o valor movimentado será 28,2% maior do que o registrado em 2019

As vendas de fim de ano em Maceió devem movimentar R$ 44,9 milhões este ano, segundo estimativa divulgada nesta quinta-feira (10), pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio-AL). Embora a intenção de consumo tenha caído quatro pontos percentuais em relação ao ano passado —este ano 62,6% dos maceioenses pretendem ir às compras—, o volume de recursos movimentados este ano é 28,2% maior do que o registrado no mesmo período de 2019. De acordo com a Fecomércio, esse aumento se justifica pelo alta de R$ 87,37 nos gastos deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Desta forma, o ticket médio de compras por consumidor passou de R$ 273,20 para R$ 360,57 entre um ano e outro. Para o assessor econômico da Fecomércio-AL, Felippe Rocha, isso é reflexo da inflação e das altas nos preços, fazendo com que os consumidores desembolsem mais para distribuírem presentes entre parentes e amigos. Segundo ele, o aumento sinaliza recuperação da economia e, em conjunto com uma redução das taxas de desemprego —tanto no país, quanto no Estado—, deve motivar os empresários a contratarem mais temporários, a investirem mais na diversificação de mercadorias e nos serviços ofertados, estimulando toda uma cadeia econômica já bastante aquecida. “Para o comércio, este é o melhor período de vendas. Particularmente este ano, é tempo de tentar reduzir o prejuízo de quatro meses parados. Temos fatores positivos que podem ajudar a esse momento ser melhor do que o esperado, como o 13º salário, o auxílio emergencial, mesmo que menor, o saque emergencial do FGTS e a contratação de temporários”, avalia. A pesquisa da Fecomércio revela que 30,3% dos maceioenses pretendem comprar um presente, enquanto outros 27,1% têm intenção de comprar dois. Outros 21,7% vão comprar três e 18,5% têm intenção de comprar cinco ou mais presentes. Dos 32,8% dos consumidores que não irão presentear, os principais motivos são cautela (30,48%), endividamento (17,65%), falta de costume em presentear (16,04%), desemprego (11,23%), comemoração de outra maneira (11,23%) e não ter a quem presentear (9,63%), entre outras questões. A alta na estimativa de gastos se deve, em parte, pela injeção de R$ 1,1 bilhão na economia de Alagoas relativo ao décimo terceiro salário de servidores — estaduais e federais — e trabalhadores formais. Para o presidente da Fecomércio, Gilton Lima, o pagamento do 13º salário aumentará as vendas, após um cenário econômico desafiador devido à pandemia da Covid-19. “Se o final de ano já é um período bem aguardado pelas empresas, pois a injeção do 13º salário dos trabalhadores e as festas de final de ano aquecem as vendas, neste ano de 2020 a expectativa é ainda maior, principalmente para os segmentos que ficaram meses com as portas fechadas devido à pandemia”, disse Lima. Em todo o País, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o pagamento do décimo terceiro salário deverá injetar R$ 215 bilhões na economia. O montante representa 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Cerca de 80 milhões de brasileiros serão favorecidos com rendimento adicional — o que garantirá um pagamento médio de R$ 2.458 por trabalhador.