A safra 2020/21 de cana-de-açúcar em Alagoas deve ser 4% maior do que a registrada em 2019/20. Em números absolutos, devem ser produzidas 18,1 milhões de toneladas do produtos na safra vindoura no estado. Isso representa 695 mil toneladas a mais do que na safra passada. Os dados constam no terceiro levantamento anual realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que foi divulgado nesta terça-feira (15). Os números apontam que a estimativa de crescimento para Alagoas é meio ponto percentual maior do que o estimado para o país, onde a produção deve crescer 3,5%. Além da produção, a área destinada ao cultivo de cana-de-açúcar no estado deve crescer 2,4%, saindo de 292 mil hectares para 299 mil. Além disso,a produtividade por área plantada deve aumentar, crescendo de 59kg para 60kg por hectare. O levantamento aponta que 12,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar produzidas em Alagoas devem ser usadas para fabricação de açúcar, 13,7% a mais que no ano passado. O total dispensado para essa finalidade representa 67,4% da safra estimada. Com isso, Alagoas deve produzir 1,5 milhão de toneladas de açúcar, o que representa 111,2 mil toneladas a mais que o ano passado, o que significa aumento de 8%. O aumento na produção de açúcar em Alagoas deve ficar abaixo do registrado nacionalmente, que deve crescer 40%. Estima-se que o país produza 41,8 milhões de toneladas de açúcar. Em contrapartida, a quantidade de cana-de-açúcar destinada para a produção de etanol em Alagoas deve recuar 11,8%, saindo de 6,6 milhões de toneladas para 5,8 milhões. Com isso, a produção deve diminuir 16,4%, o que significa 85,8 milhões de litros a menos. Devem ser produzidos 436,6 milhões de litros de etanol em Alagoas na safra 2020/21. No ano passado foram produzidos 522,5 milhões de litros do combustível no estado.
CENÁRIO NACIONAL
A safra 2020/21 de cana-de-açúcar deve ser 3,5% maior do que a anterior, atingindo 665,105 milhões de toneladas, segundo dados do terceiro levantamento anual realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume total é próximo ao recorde histórico, de 665,6 milhões de toneladas, alcançado na safra 2015/16. Do total de cana, 53,8% devem ser destinados à produção de 29,8 bilhões de litros de biocombustível, sendo o restante utilizado como matéria-prima para uma produção de açúcar, estimada em 41,8 milhões de toneladas. Os dados da Conab mostram também aumento significativo nas exportações de açúcar, com 23,7 milhões embarcadas entre abril e novembro, volume 79,2% maior do que no mesmo período do ano passado e 25% a mais de tudo que foi exportado na safra anterior (abril de 2019 a março de 2020). “A expectativa é que seja superado o recorde de 2016/17, quando o Brasil exportou 28,3 milhões de toneladas”, disse a Conab em nota. No caso do etanol, as vendas externas tiveram aumento de 49,2% no comparativo com igual período da safra passada, chegando a 2,2 bilhões de litros exportados. A importação, por sua vez, caiu 65,1%, ficando em 306 milhões de litros. “A justificativa é a desvalorização do real frente ao dólar, mesmo diante de uma redução de 14,3% na produção do biocombustível e no consumo interno, devido à pandemia do coronavírus”, avaliou a Conab. Por outro lado, o boletim indica queda de 12,3% na produção de etanol de cana-de-açúcar, que na atual safra deve ficar em 29,8 bilhões de litros. Parte dessa queda tem sido suprida pelo etanol de milho, cuja produção deve crescer 80,3% e bater 3 bilhões de litros. A produção total de etanol, proveniente de cana e de milho, deve chegar a 32,8 bilhões de litros.
REGIÕES
Segundo a Conab, as características climáticas da atual safra fizeram a região Sudeste, principal região produtora do país, ser também a maior puxadora do crescimento, com aumento de 5,2% na produção (436,4 milhões de toneladas). Em seguida vem o Nordeste, com alta de 3,6% na oferta de cana (50,9 milhões de toneladas). As regiões Sul e Centro-Oeste, por outro lado, devem apresentar retração na colheita, com queda de 2,7% (34,5 milhões de toneladas) e 0,5% (139,8 milhões de toneladas), respectivamente. Responsável por menos de 1% da produção do país, o Norte deve ter aumento 2,2% na safra de cana (3,6 milhões de toneladas).