Em meio à pandemia do coronavírus, o comércio de Alagoas liderou a geração de empregos formais em novembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (23), pelo Ministério da Economia. De acordo com o levantamento, o setor alagoano foi responsável pela abertura de 1.795 vagas com carteira assinada no mês passado, o equivalente a 48,2% das 3.717 vagas criadas em todo o Estado naquele mês. O total de postos formais de trabalho gerados em Alagoas - que registrou uma alta de 1,05% em relação ao mesmo mês do ano passado - é a diferença entre as 9.396 admissões e os 5.679 desligamentos. O levantamento mostra ainda que o setor de serviços aparece em segundo lugar na geração de emprego formal em novembro, com a criação de 1.395 postos - um crescimento de 0,88% em relação a novembro de 2019. Em seguida aparecem a indústria, com a criação de 547 postos de trabalho, e a construção, com a geração de 120 vagas. Em novembro, apenas a agropecuária registrou saldo negativo, com o fechamento de 140 postos com carteira assinada - uma retração de 1,03 ante novembro do ano passado. Com o resultado de novembro, Alagoas registra saldo positivo de 2.860 postos de trabalho com carteira assinada no acumulado do ano, um crescimento de 0,81% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a novembro, a construção lidera o ranking de abertura de postos formais, com a criação de 2.683 vagas, seguida do comércio (1.014) e agropecuária (583). Na outra ponta, a indústria acumula a maior retração no Estado, com o fechamento de 1.101 vagas. Em seguida aparece o setor de serviços, com a extinção de 319 postos com carteira assinada.
NACIONAL
Em todo o País, foram criadas 414.556 vagas com carteira assinada. É o quinto mês consecutivo de saldo positivo. O resultado do mercado de trabalho bateu recorde na série histórica para um mês de novembro,. Com a retomada da geração de postos de trabalho no segundo semestre, no acumulado de janeiro a novembro, o saldo passou a ser positivo, com o abertura de 227.025 vagas em ano de crise da Covid-19. Apesar do resultado positivo, o número é muito inferior à quantidade de vagas geradas no mesmo período do ano passado (948.344).
Em 2020, o mercado de trabalho brasileiro apresenta, desde julho, uma recuperação após o fechamento de vagas no começo da crise do coronavírus –1,2 milhão de vagas desapareceram nos seis primeiros meses deste ano.
O ministro Paulo Guedes (Economia) disse na semana passada esperar que, até o fim do ano, a perda de empregos formais seja zerada. “É possível que cheguemos ao fim desse ano perdendo zero empregos no mercado formal de trabalho”, afirmou. Ele lembrou que o governo lançou um programa para evitar demissões em massa ao permitir a redução temporária de jornada e salário ou a suspensão do contrato. Com essa medida, a União paga ao trabalhador uma compensação para o trabalhador afetado. Tradicionalmente, o segundo semestre concentra a maior parte de contratações de temporários nas fábricas para produzir as demandas das festas de fim de ano. Mas, em dezembro, o resultado costuma ser negativo devido à dispensa desses trabalhadores. De acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta, o desemprego bateu novo recorde em novembro, atingindo 14 milhões de brasileiros. A taxa de desocupação chegou a 14,2%, o maior percentual da série histórica da Pnad Covid, pesquisa do IBGE iniciada em maio para mensurar os efeitos da pandemia no país. Esse indicador considera, além do mercado formal de trabalho, também o informal –diferente, portanto, do Caged. No setor formal, os dados do Caged apresentados pelo Ministério da Economia mostram que, em novembro, o país teve 1,532 milhão de contratações formais e 1,117 milhão de desligamentos. Isso resultou no saldo positivo de 414,5 mil novas vagas com carteira assinada no mês. O resultado foi puxado pelo setor de serviços, com a abertura de 179.261 vagas, e comércio, que gerou 179.077 novos postos de trabalho no mês. As cinco regiões do país registraram saldo positivo. Neste ano, o pior mês registrado pelo Caged foi abril, logo no início da pandemia. Em janeiro, foram gerados 114 mil empregos formais. Influenciado pela crise, o mercado de trabalho variou no ano: fevereiro (com saldo positivo de 224 mil), março (-268 mil), abril (-940 mil), maio (-362 mil), junho (-24 mil), julho (geração de 140 mil), agosto (com saldo positivo de 244 mil), setembro (criação de 311 mil) e outubro (com abertura de quase 395 mil).
* Com informações da Folhapress