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HOME OFFICE ACENTUA DESIGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES EM AL

Nesta pandemia, mulheres estão mais sobrecarregadas com sua quase que inevitável jornada dupla

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Elayne Gois pontua as dificuldades em se trabalhar com mercado completamente digital
Elayne Gois pontua as dificuldades em se trabalhar com mercado completamente digital -

Antes da pandemia de Covid-19, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres já gastavam em média o dobro de horas semanais em comparação aos homens, com atividades domésticas e cuidados com familiares. Tal número não se deve ao acaso. Histórica e culturalmente, tais papéis foram designados a mulher por conta de seu gênero, resultando na chamada jornada dupla. Mesmo após mudanças políticas, sociais, e com a crescente participação das mulheres no mercado de trabalho, a situação perdura até os dias atuais. Com o isolamento social provocado pela epidemia, o inevitável aconteceu: uma sobrecarga ainda maior. Em Alagoas, bem como em todos os outros estados do país, empresas optaram por fazer uso do home office, visando a segurança de seus colaboradores e, dessa forma, garantindo que seus lucros não seriam drasticamente afetados. O teletrabalho se tornou peça chave durante o ano, e muitos funcionários tiveram que adaptar-se a essa nova realidade que acabou por modificar sua rotina, como é o caso da designer Thafiny Braz. “Com o home office eu consigo ter mais flexibilidade na organização das minhas atividades e conciliar melhor minha vida profissional e pessoal, uma vez que trabalhar em casa consigo trabalhar com mais conforto, fazer pausas quando necessito e inclusive cuidar melhor da minha alimentação, coisas que são extremamente difíceis de fazer antes do trabalho remoto”, relatou. Já a atendente de telemarketing Aysa Puca afirmou sentir-se mais ansiosa durante o período que trabalhou remotamente. “Acabei me tornando mais ansiosa. Na empresa, eu tinha colegas para conversar e me distrair, mas com o home office, perdi essa interação”, explicou a profissional. Levantamento online realizado pelo Ibope apontou que 50% das mulheres já apresentavam quadros de ansiedade, mas com a pandemia, os sintomas pioraram. Nordestinas lideraram o ranking de ansiedade com 42%, comparadas com mulheres do Sul (33%) e do Sudeste (35%). “A maior dificuldade sem dúvidas é em alguns momentos não conseguir desvincular vida profissional e pessoal. Quando o fluxo de trabalho está mais intenso acabo fazendo mais atividades do que deveria e até dormindo menos para conseguir dar conta. Para tentar evitar ao máximo que isso aconteça tento manter a minha lista de tarefas sempre atualizada e fico atenta aos horários para não passar do ponto, afinal é muito importante manter a saúde mental durante esse período”, pontuou Thafiny. A desenvolvedora de front-end Nazaré Lisboa revelou que apoio dado pela empresa que trabalha, foi fundamental para sua adaptação. “Inicialmente, meu maior problema foi o local de trabalho em casa, já que não estava preparada para isso. Não tinha uma cadeira confortável, por exemplo. Mas a empresa me ajudou bastante nisso, deram apoio financeiro até para a internet ser melhor”, afirmou. Profissionais que atuam como freelancers (autônomos), já estão mais habituados com esse sistema. É o caso da também designer Elayne Gois. Mesmo acostumada, Elayne pontua as dificuldades em se trabalhar com um mercado completamente digital. “Pra mim é mais vantajoso trabalhar como freelancer, tanto financeiramente quanto emocionalmente. Mas no início tive alguns problemas, precisei me organizar para entender como funcionava o mercado digital. Se não estiver me atualizando, posso acabar ficando pra trás em todos os sentidos”. Já Nazaré Lisboa disse que seu único prejuízo foi com o aumento na conta de luz, mas que compensava pois está em segurança e podendo passar mais tempo com a família.

NÚMEROS

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, em novembro, 58 mil alagoanos estavam em teletrabalho. O número se manteve estável em relação a outubro, quando 61 trabalhadores alagoanos estavam nessa condição. Entretanto, na comparação com maio, o volume é 77.2%. Naquele mês - quando as empresas adotaram o home office em Alagoas - havia 255 mil alagoanos trabalhando a partir de casa. Em todo o País, 7,3 milhões de pessoas estavam trabalhando remotamente no mês passado, uma redução de 15,8% em relação a setembro. A região Norte foi a que apresentou o menor percentual de pessoas ocupadas trabalhando remotamente (3,9%), e o Sudeste foi o que apresentou o maior percentual (11,8%).

* Sob supervisão da editoria de Economia.

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