Após amargarem perdas com a pandemia da Covid-19, as locadoras de veículos de Alagoas estão com fila de espera para atender a demanda pelo serviço no estado. Os pátios, antes lotados de veículos devolvidos, hoje parecem um estacionamento vazio. De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos de Alagoas (Sindloc-AL), Lusirlei Albertini, 80% da frota está nas mãos de motoristas de aplicativos. Segundo Albertini, os motoristas de aplicativo são um público consumidor muito grande das 179 locadoras em Alagoas. No entanto, com a pandemia, eles devolveram os veículos porque as medidas de isolamento diminuíram a quantidade de pessoas na rua e, consequentemente, a demanda pelo serviço. Contudo, a movimentação de turistas durante a alta temporada e a flexibilização das normas de isolamento reaqueceram o mercado, que, segundo ele, não conta com nenhum dos 3.670 carros disponíveis para locação. Albertini revela que diante dos impactos da pandemia muitos donos de locadoras venderam os veículos e agora não conseguem atender a demanda. O presidente do Sindloc estima que a frota esteja defasada em 40%. Diante da alta procura e pouca demanda o preço da locação aumentou. O sindicalista diz que o aumento médio é de 20%. Albertini conta que a lista de espera que se forma atualmente nas locadoras é composta, principalmente, por turistas. “A procura começou pouco antes do Natal e deve durar até o dia 15 de janeiro, daqui pra lá não vai ter carro parado”, estima. Mesmo assim, o sindicalista diz acreditar que este alto movimento não seja capaz de superar as perdas acumuladas durante o ano. Ele diz que os empresários não conseguiram comprar carros para repor a frota na mesma medida em que venderam os carros usados. Lusirlei Albertini pontua que a atual alta temporada do turismo está melhor do que a registrada no ano passado. Ele explica que a diária dos veículos paga por turistas é três vezes maior que a paga por motoristas de aplicativo. Segundo ele, enquanto um turista paga, em média, R$ 120, os motoristas pagam R$ 40. O sindicalista conta que “a pandemia desarrumou tudo”. Segundo ele, “em abril, nas locações eventuais para turismo de lazer e negócio, que foi o setor mais afetado, houve uma redução nas locações na ordem de 95%, este cenário em junho apresentou uma pequena evolução em torno de 15%, ou seja o encolhimento passa a ser de 80%”. Albertini conta que, em abril, quando começaram a vigorar as medidas de isolamento mais restritivas, os clientes “devolveram tudo”.