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Pandemia

SETORES PRODUTIVOS DE ALAGOAS NÃO CONSEGUEM PAGAR DÍVIDAS

Com a nova onde do coronavírus, desemprego no Estado já ultrapassada os 500 mil, aponta IBGE

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Apesar de manterem todos os protocolos sanitários, restaurantes alagoanos têm dificuldade de funcionamento
Apesar de manterem todos os protocolos sanitários, restaurantes alagoanos têm dificuldade de funcionamento -

Com a nova onda do coronavírus e a falta de protagonismo relevante do governo de Alagoas, o comércio, indústria e serviços não conseguem superar dificuldades, pagar dívidas e manter os empregos. O desemprego passa de 500 mil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os setores se mobilizam para tentar, junto às autoridades, repactuação para pagamento de impostos como o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), dos juros, a renovação da suspensão de 200 mil contratos de trabalhos, entre outros recursos. Para complicar, os bancos começaram a cobrar os empréstimos do ano passado. A economia ameaçada pela pandemia compromete o comércio, que registra queda de 2,2 % no movimento; e serviços, que têm retração de 16%. O desemprego atinge 222 mil alagoanos e mais 300 mil outros que desistiram de procurar trabalho (os chamados desalentados). Mais de 1,2 milhão de alagoanos precisam da volta do auxílio emergencial para a alimentação mínima. A situação não é nada animadora na economia privada do estado. Alguns estabelecimentos enfrentam dificuldades para pagar a folha de salários e não podem demitir por conta de acordo firmado com o governo federal. Com a segunda onda de contágios da Covid-19, passa de 10 milhões o número de contaminados, de 240 mil mortes no País, das quais mais de 3 mil em Alagoas. A situação impõe novas estratégias de controle social e isto significa mais retração.

ABRASEL

Os 15 mil empresários do setor de bares e restaurantes, dos quais 400 são filiados à Associação de Bares e Restaurante de Alagoas (Abrasel), percebem a nova onda de casos de coronavírus nos negócios. Acreditam que para a contaminação voltar a cair é necessário a contribuição de todos. Garantem que a maioria dos estabelecimentos tem adotado protocolos sanitários, mantém o esquema “pegue leve”[delivery], de redução de mesas e de atendimento presencial reduzido. A vacinação da população é a esperança até para a reabertura dos estabelecimentos que fecharam. Economicamente, o setor voltou a atravessar dificuldades gravíssimas. O presidente da Associação, Thiago Falcão, confirmou que alguns empresários contraíram empréstimos para sobreviver no ano passado e a partir de janeiro começaram a pagar. Além disso, enfrentam aumento de custos dos insumos. Para se ter ideia, um restaurante em funcionamento tem 34% de gastos com insumos (água, energia, serviços e manutenção), hoje este custo chega a 50%, revelou Falcão. “O que havia de possibilidade de recuperação para manter o equilíbrio econômico, deixou de existir. A margem de lucro é curtíssima ou não tem. Alguns segmentos como lanchonete, cafeterias, self-service, restaurantes em áreas comerciais, estão em situação mais críticas”.

O presidente da Abrasel explicou que aqueles restaurantes com o perfil turístico, com segmentos de bebidas, confraternizações, conseguem “sobressair” em relação aos demais. “A nossa grande esperança é o turismo. Se a movimentação turística permanecer aquecida, os setores ganham o fôlego que precisam para suportar a retomada da economia e esperar a imunização das pessoas com a vacina”, prevê Thiago Falcão.

Os estabelecimentos deste setor geram mais de 20 mil empregos diretos e indiretos, 50% nos que são ligados ao turismo. Apesar dos efeitos recessivos da pandemia, o número de empregados é considerado estável, por conta do benefício federal que garantiu o pagamento de 80% dos salários com o compromisso de não haver demissões.

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