No ano em que jornais e revistas se fortaleceram ainda mais nas plataformas digitais, as populares bancas de jornais precisaram adotar outras estratégias para manter os lucros do negócio e chamar a atenção do público para os seus produtos. A clientela principal continua sendo os compradores antigos.
Segundo Joel Gouveia, atual proprietário da tradicional Banca Nacional, a mais antiga banca de revistas de Maceió, com o avanço da tecnologia e a migração dos veículos de notícia para os sites e portais online, a compra do impresso, agora, está muito mais limitada ao público mais velho, que prefere manter a tradição de ir diariamente ou semanalmente até a banca mais próxima para adquirir a edição mais recente do seu noticiário favorito.
Existem, também, os leitores mais jovens que querem ter uma experiência física com o material folheado em mãos, porém, não se fidelizam como clientes. Apesar da existência desses dois públicos, com as medidas sanitárias de distanciamento para conter a pandemia do novo coronavírus e a diminuição na distribuição de diversos títulos, as vendas dos jornais e revistas já não são suficientes para conseguir o sustento para os donos das bancas, que acabam inserindo outros produtos nas suas prateleiras para aumentar o seu número de clientes. E entre doces e cigarros, a atenção do público acaba se voltando para as manchetes.
“Acontece que quando a pessoa entra para comprar uma água, um cigarro, dá uma olhada em uma revista que gosta e acaba comprando”, conta Josivan Silva, da Banca J.Lima, no Centro da capital alagoana.
Josivan comentou ainda que, antes da pandemia, mesmo sendo minoria, seu público jovem representava uma boa parcela dos clientes fiéis graças à comercialização das revistas em quadrinhos.
“Tem muito colecionador que vem aqui comprar as novas edições dos quadrinhos, tem jovem que começa a comprar desde a primeira e vai comprando até a edição 60, mas com a crise da pandemia, eles já não estão vindo tanto”, revela Josivan que está otimista para o retorno das vendas após a vacinação da maioria da população.
Para Joel, que herdou a Banca Nacional do seu tio Gesivan Rodrigues, falecido em dezembro do ano passado, as bancas, que já foram consideradas pontos de encontros entre intelectuais e leitores da cidade, merecem receber maior divulgação e serem mais valorizadas entre o público em geral.