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ROBERTO VILANOVA As indústrias consomem 23% dos recursos hídricos do Planeta, enquanto a população mundial fica com 8% da água disponível. Os números foram apresentados pelo Worldwatch Institute, ao alertar para a necessidade de se produzir, a partir de
Por | Edição do dia 07/04/2002 - Matéria atualizada em 07/04/2002 às 00h00
ROBERTO VILANOVA As indústrias consomem 23% dos recursos hídricos do Planeta, enquanto a população mundial fica com 8% da água disponível. Os números foram apresentados pelo Worldwatch Institute, ao alertar para a necessidade de se produzir, a partir de 2025, mais 780 milhões de metros cúbicos de água potável para se atender à procura mundial. O pesquisador Pablo Hernández explicou que, em muitos países, os governos já tratam de economizar e até reciclar a água. Citou o exemplo de Israel, onde 70% das águas residuais tratadas são usadas na irrigação. O mesmo ocorre no Egito. Água é um recurso escasso e deve ser tratada como um bem social e não como um bem econômico, acrescentou. Investimentos Para atender à demanda de água nos próximos anos e se evitar o colapso anunciado para 2025, o pesquisador Pablo Hernández, baseado em dados do Banco Mundial, disse que será necessário se realizar investimentos da ordem de 600 milhões de dólares só nos próximos dez anos. A terra contém aproximadamente 1,4 milhão de quilômetros cúbicos de água, porém 97,4% são águas salgadas, dos mares e oceanos. Apenas 2,6% não são salgadas, mas, do que resta, apenas 0,001 por cento pode ser consumida pelo homem. Além disso, tem a questão do preço para abastecer a população urbana o custo é de 105 dólares por pessoa; na zona rural, o custo é de 50 dólares, completou. Aumentando Pablo Hernández disse que, no começo da década passada, 20 países sofriam com a escassez de água. Em 1996 o número passou para 26, o que representa 230 milhões de pessoas vivendo sérios problemas com a falta de água. Esses são dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), que prevê a elevação desse número para 41 países até o ano 2020. As razões para essa escassez são evidentes: maior demanda sobre os recursos de água doce provocada pelo aumento da população; a degradação dos recursos hídricos, causando a contaminação da água e as necessidades criadas pelas demandas industriais e agrícolas. Prossegue o pesquisador uruguaio: A escassez e a má qualidade da água põem em risco a saúde e o bem-estar social e econômico, a alimentação segura e a diversidade biológica. Ademais, agrava as tensões e os conflitos, tanto interno como entre as nações. Para o pesquisador Pablo Hernández, as conseqüências da escassez de água será sentida mais duramente nas regiões áridas e semi-áridas do Planeta. Mas isto não quer dizer que as regiões costeiras estarão livres; não estarão. Muitas cidades, metrópoles, do mundo em desenvolvimento, não têm capacidade de se abastecer. Não terão como se prover de água e enfrentarão sérios problemas com a incapacidade para ofertar água potável e saneamento aos seus cidadãos. Será um período difícil, avisou.