Economia
Chuva atrasa safra de cana e causa preju�zos

EDIVALDO JUNIOR A safra de cana-de-açúcar 2001/2002 deve entrar para a história da agroindústria sucroalcooleira de Alagoas com uma das mais longas de todos os tempos. Iniciada em setembro, a previsão era que a moagem terminassem, no mais tardar, em meados de março. Contrariando as previsões, a colheita rompeu abril e, agora, só deve ser encerrada no final deste mês. O prolongamento da safra, que já entrou no seu sétimo mês, quando normalmente não passa de seis meses, é decorrente do excesso de chuvas no período da colheita. Desde dezembro que chove bem acima da média na região da Zona da Mata. E chuva além da conta na hora da colheita, pelo menos na cultura da cana-de-açúcar, é sinal de prejuízos: o rendimento cai e os custos aumentam consideravelmente. ?Não estamos conseguindo colher?, desabafa o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool (Sindaçúcar), Jorge Toledo . ?Pelo menos cinco usinas vão ter de estender a moagem até o fim de abril?, completa. Estas usinas, relata Toledo, seriam Sumaúma, Coruripe, Leão, Cachoeira e Guaxuma. ?As outras ou já terminaram ou terminam a safra nos próximos sete dias?, aponta. O prolongamento da moagem, além de aumentar os custos da colheita da cana entre 10% e 15%, já começa a comprometer a produção na próxima safra. ?O atraso no corte da cana certamente vai prejudicar o desenvolvimento da planta para a safra 2002/03?, enfatiza Jorge Toledo. Segundo o presidente do Sindaçúcar, outro fator preocupante é a queda dos preços do açúcar no mercado internacional aliada à valorização do real ante o dólar. ?Esse cenário certamente desestimula as exportações, o que leva as indústrias a apostarem cada vez mais no mercado interno. A nossa preocupação é que essa conjuntura também force a queda dos preços internamente?, afirma.