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Nº 5759
Opinião

Produ��o industrial

HUMBERTO MARTINS * A produção industrial cresceu 4,3% em setembro, comparando-se com o mês anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE. É o terceiro crescimento consecutivo e o maior desde abril do ano passado, que foi de

Por | Edição do dia 02/12/2003 - Matéria atualizada em 02/12/2003 às 00h00

HUMBERTO MARTINS * A produção industrial cresceu 4,3% em setembro, comparando-se com o mês anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE. É o terceiro crescimento consecutivo e o maior desde abril do ano passado, que foi de 5,1%. Os números superam a expectativa do mercado, que esperava um aumento somente na ordem de 3%. Comparando-se com setembro de 2002, a alta foi de 4,2%. As informações, levantadas e divulgadas pelo IBGE, são positivas também porque indicam o aumento da atividade de segmentos voltados para o consumo interno. Os dados de setembro sugerem que está ultrapassada a denominada “recessão técnica”, ocorrida nos dois primeiros trimestres deste ano. Entre julho e setembro houve um aumento de 1,8% com referência ao trimestre anterior. No primeiro trimestre do ano a queda foi de 1% e no segundo de 2,5%. O acumulado do ano passou a ser positivo, embora de maneira ínfima: 0,1% até setembro. O crescimento industrial revelado é vinculado ao consumo doméstico, porque refere-se a uma maior demanda de eletrodomésticos, produtos farmacêuticos, móveis e itens relacionados com a indústria automobilística. Economistas atribuem a melhora nos índices de produção industrial à diminuição das taxas de juros que vem ocorrendo nos últimos meses. O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, vincula a reação da produção industrial a um crescimento do Produto Interno Bruto, PIB, que ficaria entre 0,8% e 0,9% em 2003, e não nos 0,5% previstos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea. Observadores que acompanham os novos números da economia nacional admitem que o País deverá adentrar janeiro do próximo ano com uma perspectiva de crescimento de 3% do PIB. Embora essas informações devolvam um pouco de otimismo à economia brasileira, é indispensável mencionar que ainda são progressos pequenos, se comparados com o tamanho das questões econômicas e sociais que afligem o Brasil. O desemprego nas seis mais importantes regiões metropolitanas situa-se em níveis inéditos. Os números de agosto ficaram em 13%, segundo o IBGE. O resultado é 1,3 ponto percentual superior ao de agosto de 2002, que foi de 11,7%. O número de pessoas que estão procurando emprego é maior 16,8%, se comparado ao de agosto de 2002. Outro fenômeno inquietante é a continuação da queda do rendimento médio real do trabalhador. Ele encolheu 13,8%, se comparado a agosto de 2002, o que é a oitava queda consecutiva. Em julho, os números, nesse particular, haviam sido ainda mais desanimadores: redução de 16,4%, se comparado com o mesmo período do ano passado. De todas essas informações é fácil se deduzir que o pequeno aumento da produção industrial é apenas o começo de uma reação da economia nacional, muito longe ainda de um desempenho satisfatório que assegure a retomada do desenvolvimento e do número de empregos. Em síntese, a produção industrial significa as riquezas industriais de um país, onde se desenvolve grande atividade de transformação de matéria-prima gerando mais emprego e desenvolvimento. Estamos a viver uma nova fase, a do crescimento da economia e do otimismo. (q) É DESEMBARGADOR DO TJ/AL

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