Alagoas foi o estado brasileiro que mais fechou postos de trabalho no mês de abril. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que o saldo entre as 8.521 admissões e 11.729 demissões ficou negativo em 3.208 no Estado. O indicador foi puxado pela demissão de 4.658 trabalhadores do setor canavieiro. Para se ter uma dimensão da perda em Alagoas, o segundo estado que mais fechou postos de trabalho no Brasil foi Sergipe, com 92 postos a menos. Bem distante dos 3.208 fechados em Alagoas. O outro estado que terminou com saldo negativo foi o Rio Grande do Norte (-61). Entre os setores, a Construção Civil fechou o mês com o melhor saldo. Foram 1.173 admissões ante 865 demissões, o que dá 308 novos postos de trabalho. A função com melhor saldo foi ajudante de obras, com 256 novas vagas em abril. Além da cana-de-açúcar, outro setor que fechou postos foi o de Serviços, com saldo negativo de 178.
CENÁRIO NACIONAL
Em todo o Brasil, houve 1.381.767 admissões e 1.260.832 desligamentos no mercado formal de trabalho em abril, o que resultou na geração de 120.935 postos de trabalho. O destaque foi para o setor de serviços, que gerou 57.610 postos de trabalho, tendo admitido, ao longo do mês, 614.873 pessoas, e demitido 557.263. Com o resultado, o estoque de empregos formais no país (quantidade total de vínculos celetistas ativos) chegou a 40.320.857 – o que representa uma variação positiva de 0,30% sobre os 40.199.922 registrados em março. De janeiro a abril, houve 6.406.478 contratações e 5.448.589 demissões, o que representa um saldo de 957.889 empregos. “[O resultado] parece pouco frente ao que gerávamos antes, mas temos que considerar que [abril] foi o mês em que se sentiu mais o impacto da segunda onda da covid-19. Na primeira onda, ano passado, perdemos mais de 900 mil empregos. Agora, criamos 120 mil empregos. O Brasil está mostrando resiliência. Os programas estão funcionando. E, principalmente, a vacinação em massa está entrando. E é com isso que temos que contar para um retorno seguro ao trabalho”, destacou o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Atividades econômicas
Além do setor de serviços, outros quatro grupamentos de atividades econômicas (indústria geral; construção; comércio e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura) também registraram saldos positivos. Para o conjunto do território nacional, o salário médio de admissão, em abril, foi calculado em R$ 1.855,52 – valor R$ 46,02 (2,54%) acima da média registrada em março, que foi de R$ 1.802,65. Todas as regiões do país tiveram saldos positivos na geração de emprego. Das 27 unidades federativas, 23 contabilizaram mais contratações que demissões. Os destaques positivos foram São Paulo, com mais 30.174 postos de trabalho formal; Minas Gerais (13.942); e Santa Catarina (11.127). As unidades federativas com menor saldo foram Alagoas (-3.208); Sergipe (-92 postos) e Rio Grande do Norte (-61 postos). Segundo Guedes, os resultados devem ser comemorados, pois, em abril de 2020, a economia brasileira foi muito afetada pela pandemia da covid-19. “Após isso [a primeira onda], começamos uma recuperação que prossegue, totalizando a criação de 2,2 milhões de empregos criados desde julho. Evidente que este ritmo, em abril [deste ano], foi mais lento, porque foi quando as mortes atingiram o pico da segunda onda e o distanciamento social, a prudência, fizeram com que houvesse uma retração”, comentou Guedes, defendendo a vacinação da população como forma de garantir “um retorno seguro ao trabalho”.