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Nº 5692
Economia A população desempregada em Alagoas no 1º trimestre de 2021 era de 254 mil pessoas

QUASE 60 MIL DESISTEM DE PROCURAR EMPREGO DURANTE A PANDEMIA

O número de desalentados saltou de 220 mil no primeiro trimestre do ano passado, para 278 mil no primeiro trimestre deste ano, diz IBGE

Por Hebert Borges | Edição do dia 12/06/2021 - Matéria atualizada em 12/06/2021 às 04h00

O número de pessoas desempregadas que desistiu de procurar emprego cresceu 26% em Alagoas durante a pandemia. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número saltou de 220 mil no primeiro trimestre do ano passado, ainda no início da pandemia, para 278 mil no primeiro trimestre deste ano, um ano após a crise sanitária. São 58 mil pessoas a mais neste grupo. Estas pessoas são conhecidas como desalentadas Segundo a definição do IBGE, elas gostariam de trabalhar e estariam disponíveis, porém não procuraram trabalho por acharem que não encontrariam. O Instituto aponta que vários são os motivos que levam as pessoas de desistirem de procurar trabalho, entre eles: não encontrar trabalho na localidade, não conseguir trabalho adequado, não conseguir trabalho por ser considerado muito jovem ou idoso, ou não ter experiência profissional ou qualificação. O percentual de desalentados frente à população na força de trabalho aferido em Alagoas (17,9%) é o segundo maior do Brasil, atualmente, atrás somente do Maranhão que tem percentual de 20,8%. O percentual nacional é de 5,6%. Santa Catarina (1,1%), Mato Grosso (1,7%) e Paraná (1,9%) registraram os menores índices.

De acordo com os dados, que fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), houve um recuo no número de desalentados em Alagoas ao comparar o primeiro trimestre deste ano e o último de 2020.

Alagoas terminou o ano com 284 mil desalentados, e fechou o primeiro trimestre com seis mil a menos. Uma queda tímida de 2%. Em todo o Brasil, os desalentados somaram 6 milhões de pessoas, ficando estáveis em relação ao último trimestre de 2020, mas permanecem como maior patamar da série. Crislayne Silva, de 22 anos, está neste grupo de desalentados em Alagoas. Desempregada desde o começo da pandemia, ela conta que não vê onde procurar emprego neste momento. “Eu trabalhava em um restaurante recém inaugurado, com a pandemia vieram as restrições e o povo parou muito de comprar, aí findei sendo demitida”, conta. Sobre o fato de ter parado de buscar emprego, a jovem conta que não vê onde há oportunidades. “Emprego, emprego mesmo, não tem. Tá tudo fechado, os que já estão empregados estão sendo demitidos. Quando ia colocar currículo era o que eu mais ouvia, que já estavam demitindo”, relata. A jovem diz que espera a pandemia passar para voltar a distribuir currículos, e que antes disso realiza alguns trabalhos informais para se manter. “Quando isso passar eu volto a colocar currículo. As coisas vão reabrir, as pessoas voltam a comprar, aí sim tem vaga, mas agora é tentar se virar como pode, porque não tem vaga”, avalia. Além da situação dos desalentados, a PNAD apontou que a taxa de desemprego em Alagoas foi estimada em 20% no primeiro trimestre de 2021, isto é, um a cada cinco alagoanos com idade para trabalhar (14 anos ou mais) estava sem emprego nos primeiros três meses do ano. O resultado representa um aumento de 3,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, não houve variação percentual significativa na comparação com os trimestres imediatamente anteriores (3º e 4º trimestre de 2020).

DESEMPREGADOS

Em números absolutos, a população desempregada em Alagoas no 1º trimestre de 2021 era estimada em 254 mil pessoas, 56 mil (27,9%) a mais em relação ao mesmo período do ano anterior, sem, contudo, apresentar variação estatisticamente significativa em relação ao último trimestre de 2020.

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