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Nº 5790
Economia

Maceioense adere �s compras na madrugada

FELIPE FARIAS Maceió não é uma Las Vegas, com seus neons multicoloridos anunciando que a cidade não dorme, nem tem aquelas ruas 24 horas de Curitiba, no Paraná, mas a capital começa a concentrar pontos de vigília de consumo, onde se pode fazer compras ou

Por | Edição do dia 21/03/2004 - Matéria atualizada em 21/03/2004 às 00h00

FELIPE FARIAS Maceió não é uma Las Vegas, com seus neons multicoloridos anunciando que a cidade não dorme, nem tem aquelas ruas 24 horas de Curitiba, no Paraná, mas a capital começa a concentrar pontos de vigília de consumo, onde se pode fazer compras ou lanchar bons sanduíches madrugada afora. Para o consumidor, é uma comodidade saber que pode contar com certos tipos de serviço, seja a hora que for. Para quem trabalha, porém, há dissabores como a apreensão com a segurança e a inadaptação do organismo a um horário feito para dormir. É certo que há quem goste: “Nós aconselhamos que os funcionários entrem num revezamento de turno, mas muitos dizem que é mais conveniente trabalhar nesse horário”, diz o gerente Marcelo Martins, do supermercado Palato. E como tantos outros que dão expediente quando a maioria está dormindo, ele também é testemunha do lado pitoresco da madrugada. “Uma vez, um cliente ligou pedindo uma caixa de cerveja para ser entregue em casa. E como tinha acabado um relacionamento, morava só, não encontrou nada aberto e sabia que éramos o único supermercado que estava funcionando, queria também que a pessoa que fosse entregar, se possível, ficasse um pouco, para beber com ele e conversar”, relata. Comodidade Resultado de treinamento ou da constatação diária da satisfação do cliente numa hora nada convencional, a atitude de dar comodidade, mais do que simplesmente vender, é o principal aspecto citado em relação ao consumidor por quem trabalha nesse horário. “O que nos satisfaz realmente é ouvir do cliente que ele acha mais cômodo vir aqui porque sabe que vamos estar abertos, quando quase tudo está fechado”, resume o gerente Josilan Paulino Barbosa, da Casa do Pão, no Farol. O estabelecimento em que trabalha é uma mistura de panificação e lanchonete com loja de conveniências, situada na Fernandes Lima. A localização na passagem obrigatória para quem mora na parte alta de Maceió fez do lugar ponto de parada. “Mesmo que não abríssemos ao público, teríamos de funcionar para serviços internos, como limpeza e abastecimento. Nesse caso, a opção foi conciliar, oferendo um serviço diferenciado, na hora em que o cliente precisa”, diz Marcelo. Essa comodidade, segundo ele, se traduz nos argumentos apresentados pelos clientes. Uma pesquisa com 422 freqüentadores (20% do fluxo diário) aplicada por ele em abril mostrou que a incompatibilidade entre o trabalho e as obrigações domésticas era o motivo apontado pela maioria para buscar o horário inusual para ir às compras. “Muitas eram pessoas que moravam sós, profissionais liberais ou que passavam muito tempo no escritório e por isso preferiam fazer supermercado tarde da noite ou mesmo de madrugada. Ou então apresentavam outros motivos, como não gostar de ficar em filas do caixa, por exemplo”, relata. Por isso é que, segundo ele, até 2h o fluxo se mantém o mesmo de um fim de tarde. Mas, nem tudo são vantagens e às vezes os funcionários desses estabelecimentos se vêem diante de situações difíceis. “Uma vez um cliente não quis pagar a conta e a funcionária cobrou. Ele então pegou um revólver e apontou para ela”, conta Josilan.

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